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Estado de Minas

Setor de serviços tem queda de 2,8% em 2017

Com perdas disseminadas entre as atividades, segmento fecha o terceiro ano seguido com recuo no volume demandado. Apesar da retração, resultado é o melhor desde 2004


postado em 17/02/2018 06:00 / atualizado em 17/02/2018 07:40

Segmento de transportes foi o único a ter desempenho positivo de janeiro a dezembro. O aéreo cresceu 8% de novembro para o mês seguinte. Número de passageiros aumentou
Segmento de transportes foi o único a ter desempenho positivo de janeiro a dezembro. O aéreo cresceu 8% de novembro para o mês seguinte. Número de passageiros aumentou

Rio de Janeiro –
Pelo terceiro ano seguido o setor de serviços registrou queda, com recuo de 2,8% em 2017 na comparação com o ano anterior, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), houve perdas disseminadas entre as atividades pesquisadas em 2017. Em 12 meses até novembro, o volume de Serviços acumulava queda de 3,4%, mas a receita já subia 1,9% na mesma base de comparação. Apesar da queda de 2,8% na taxa acumulada, o desempenho do setor ainda foi o melhor desde 2014, quando havia crescido 2,50%. Em 2016, o segmento de serviços vinha de uma queda de 5%. Em 2015, a perda acumulada foi de 3,6%.

O único segmento a escapar do vermelho no ano passado foi o de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, beneficiado pela recuperação da indústria, apontou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio tiveram um crescimento de 2,3% no ano passado. “O Transporte tem a ver com o crescimento da indústria. Transporte de carga e armazenagem estão caminhando juntos, tanto por causa da indústria quanto por causa da safra. O impacto da recuperação da demanda no Transporte é direto, tanto para escoar produção quanto para transportar matéria-prima”, disse Roberto Saldanha.

Apesar da melhora da conjuntura econômica, Saldanha diz que os serviços como um todo demoram mais a reagir à recuperação dos outros setores da atividade econômica. Uma retomada mais consistente dependeria de novos resultados positivos da indústria e da recuperação da demanda de governos federal, estaduais e municipais. O pesquisador lembrou ainda que mesmo o aumento na massa de renda dos trabalhadores registrado em 2017 não foi canalizado para o consumo de serviços prestados às famílias, mas sim para a aquisição de bens materiais.

O segmento de serviços prestados às famílias registrou um recuo de 1,1% em 2017. Os serviços de informação e comunicação caíram 2%; serviços profissionais, administrativos e complementares, -7,3%; e o segmento de outros serviços, -8,9%. “A recuperação do setor de serviços geralmente é mais lenta, atua a reboque de outros setores. À medida que tem recuperação, principalmente na indústria, o setor de serviços tende a ter uma melhora. Os governos ainda estão com problemas fiscais. Num momento de corte de gastos e equilíbrio do orçamento, o que vai ser cortado são serviços terceirizados”, justificou Saldanha. O agregado especial das Atividades turísticas apresentou redução de 6,5% em 2017.

Dezembro


O volume de serviços prestados teve um avanço de 1,3% em dezembro de 2017 ante novembro, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE. No mês anterior, houve alta de 1%. Em Minas Gerais o setor registrou queda de 1,1% no mesmo período. Na comparação com dezembro do ano anterior, houve elevação de 0,50% no último mês de 2017, já descontado o efeito da inflação. Em relação da dezembro de 2016, o setor registrou queda de 4,4% em Minas, segundo o IBGE.

Em dezembro de 2017, a alta de 0,50% nos serviços em relação a dezembro de 2016 interrompeu uma sequência de 32 meses de quedas consecutivas. A taxa foi a mais elevada desde março de 2015, quando tinha crescido 2,3%. Desde outubro de 2015, o órgão divulga índices de volume no âmbito da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Antes disso, o IBGE anunciava apenas os dados da receita bruta nominal, sem tirar a influência dos preços sobre o resultado. Por esse indicador, que continua a ser divulgado, a receita nominal cresceu 0,9% em dezembro ante novembro. Na comparação com dezembro do ano passado, houve alta na receita nominal de 5%.

Único a apresentar desempenho positivo no ano, o setor de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio registrou o avanço mais significativo entre as atividades de serviços pesquisadas na passagem de novembro para dezembro do ano passado, segundo os dados da PMS. A alta foi de 2,3% no período, puxada por avanços no transporte terrestre (0,2%), aéreo (8%) e armazenagem (1,2%).

Os serviços profissionais, administrativos e complementares registraram alta de 0,6%, enquanto o segmento de outros serviços registrou elevação de 0,7%. Já o segmento de serviços prestados às famílias teve um recuo de 0,9% em dezembro ante novembro. Os serviços de informação e comunicação caíram 0,3% na passagem de novembro para dezembro. O agregado especial das Atividades turísticas apresentou elevação de 2,8% em dezembro ante novembro.

Retomada firme no ar

São Paulo – A demanda por transporte aéreo doméstico (medida em passageiros-quilômetros pagos transportados, ou RPK) cresceu 5,7% em dezembro ante igual mês de 2016, informou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com isso, o indicador encerrou o ano passado com alta de 3,2%, após ter retraído 5,7% em 2016. Já a oferta de assentos (assentos-quilômetros ofertados, ou ASK) aumentou 3,2% em dezembro na base de comparação anual, mantendo a tendência de crescimento pelo sexto mês consecutivo. No acumulado de 2017, a oferta registrou expansão de 1,4%, depois de ter caído 5,9% em 2016.

A taxa de aproveitamento em voos domésticos atingiu níveis recordes tanto em dezembro quanto no resultado acumulado de 2017. No último mês do ano, mostrou a quinta alta consecutiva (2,4% na base anual) e alcançou 83,2%, maior nível para dezembro na série histórica, iniciada em 2000. Em 2017, o indicador ficou em 81,5%, com variação positiva de 1,8% em relação a 2016 e também um recorde na série histórica.

A Gol e a Latam permaneceram na liderança no mercado doméstico no acumulado de 2017, com 36,2% e 32,6%, respectivamente, da demanda. A Azul alcançou participação de 17,8% no período, enquanto a Avianca respondeu por 12,9%. “A participação das concorrentes das duas líderes de mercado avançou 6,7% na comparação com 2016, respondendo por 31,2% da demanda doméstica em 2017”, afirma a Anac, em nota.

Por sua vez, o transporte doméstico de carga paga e correio alcançou 42,52 mil toneladas em dezembro, correspondendo a uma alta de 7,9% ante igual mês de 2016. No acumulado do ano, o indicador registrou crescimento de 1,8%, com um total de 426,1 mil toneladas.

De acordo com Anac, as empresas brasileiras transportaram, em voos domésticos e internacionais, um total de 98,98 milhões de passageiros pagos em 2017, um aumento de 2,93% em relação a 2016 Em voos internacionais foram transportados 8,35 milhões de passageiros pagos, configurando uma alta anual de 11,7%. No mercado doméstico, os embarques cresceram 2,2% em 2017, passando para 90,62 milhões.

Internacional 

A demanda internacional das aéreas brasileiras subiu 10,5% em dezembro na comparação anual, representando a 15ª alta consecutiva. Ao mesmo tempo, a oferta cresceu 11,7%, mantendo a tendência de elevação pelo 14º mês seguido. No mês, foram transportados 776 mil passageiros pagos em voos internacionais, maior nível para o período na série histórica iniciada em 2000. No acumulado de 2017, a demanda neste mercado cresceu 12% frente a 2016, enquanto a oferta aumentou 10,6%.

Por sua vez, a taxa de aproveitamento dos assentos em voos de empresas brasileiras no mercado internacional atingiu 82,9% no mês, 1,1% abaixo do verificado em dezembro de 2016 – a quinta baixa consecutiva, após uma sequência de 14 meses de expansão. Mas, no ano de 2017 como um todo, o indicador acumulou alta de 1,3% ante 2016, atingindo o patamar de 84,8%, maior nível anual da série histórica. 


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