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Estado de Minas

Ilan: dosagem da política monetária se mostrou bem sucedida em reduzir a inflação


postado em 12/12/2017 14:13

São Paulo, 12 - O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira, 12, que a inflação projetada para os próximos anos está sob controle, lembrando das projeções do Comitê de Política Monetária (Copom) - no cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio do mercado - que apontam para inflação de 2,9%, 4,2% e 4,2% em 2017, 2018 e 2019, respectivamente. Ao discursar em almoço da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na capital paulista, Ilan Goldfajn comentou que a condução "firme" da política monetária, em conjunto com a mudança na direção da política econômica, foi decisiva para reduzir expectativas de inflação e colocá-la em trajetória de queda.

"Sem essa mudança, não teríamos essa queda como ela ocorreu", declarou o titular do BC.

Segundo Ilan Goldfajn, a dosagem da política monetária foi bem-sucedida em reduzir a inflação e ancorar as expectativas inflacionárias. Ao mesmo tempo, as projeções à recuperação da economia melhoraram, citando expectativas de crescimento para 2017 e 2018 em 0,9% e 2,6%, respectivamente.

Essas previsões, lembrou, são maiores do que as traçadas no fim do ano passado. "Não só a inflação caiu como as expectativas de crescimento melhoraram", frisou Ilan, apontando também que a inflação em 12 meses foi reduzida de 10,7%, no fim de 2015, para 2,8% no mês passado, uma "queda muito significativa".

Spreads

O presidente do Banco Central também disse que as taxas de juros bancárias estão em queda no País. Segundo ele, os spreads praticados pelos bancos já caíram para 20 pontos porcentuais e 8 pontos porcentuais para pessoa física e empresas, respectivamente.

Os números serão oficializados em anúncio na quinta-feira, 14.

Em outubro, as taxas de juros bancárias estavam em 28% ao ano para as famílias e 15% para as empresas.

Garantia

O presidente da Febraban, Murilo Portugal, garantiu que o setor bancário vai continuar debruçado na redução de custos para baixar os spreads bancários, diferença de quanto um banco paga para captar e o quanto cobra para emprestar. "Na parte que lhes cabe na redução de custos para baixar o spread bancário, muito esforço está sendo feito pelos bancos para reduzir os custos da inadimplência e os custos operacionais e setor vai continuar trabalhando para reduzi-los", disse ele, no almoço de fim de ano do setor bancário.

Portugal rebateu ainda críticas em relação aos questionamentos sobre o porquê os juros ao consumidor e às empresas não caíram na mesma proporção da Selic e ainda estejam em patamares elevados. O presidente da Febraban explicou que a Selic é apenas um dos componentes do spread, que também é formado por custos de inadimplência, custos operacionais e tributos

Segundo ele, desde que o Copom iniciou a redução na Selic, em outubro de 2016, as taxas de juros nos empréstimos do crédito livre às pessoas físicas caíram 14,8 pontos porcentuais, de 74,3% ao ano (a.a.) para 59,5% a.a., e, no crédito livre às empresas, as taxas recuaram 7,1 p.p. (de 30,4% a.a. para 23,3% a.a.). No crédito livre total, conforme o presidente da Febraban, as taxas caíram 10,6 pontos porcentuais, mais do que a variação da taxa Selic, que foi reduzida em 7,25 p.p..

"As mais relevantes medidas para melhorar ambiente de crédito do País, como a dificuldade em recuperar garantias oferecidas pelos empréstimos; a intrincada tributação sobre o crédito, com práticas que não existem em outros países, e outros fatores regulatórios que pesam sobre o spread, como os pesados depósitos compulsórios dependem de uma ação conjunta de toda a sociedade, envolvendo os bancos, os reguladores, o governo, o Congresso Nacional e o Judiciário", avaliou Portugal.

Ele disse ainda que a melhoria do ambiente de crédito é outra reforma estrutural importante que precisa ser feita no País. Defendeu uma reforma do ambiente de crédito com a remoção de obstáculos ao juro baixo. Essa é, conforme Portugal, a maneira de chegar à normalidade nas taxas de juros desejadas.

Sobre a concentração bancária no Brasil, Portugal admitiu que essa é uma realidade do País, mas também no mundo. "Quero reafirmar que somos 100% a favor de mais competição e da livre iniciativa; que apoiamos, toda e qualquer medida que vise elevar a competição no setor bancário que não seja discriminatória", afirmou o presidente da Febraban.

(Eduardo Laguna, Francisco Carlos de Assis, Aline Bronzati, Cynthia Decloedt e Fernanda Guimarães)


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