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Estado de Minas

Crédito parou de se contrair e tem perspectiva de recuperação, diz BC


postado em 24/11/2017 13:31

Brasília, 24 - O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta sexta-feira, 24, que o estoque de crédito deverá crescer nos próximos meses, após ficar estável no último trimestre. "O saldo do crédito parou de se retrair e há a possibilidade de um crescimento gradual a partir dos próximos períodos, acompanhando a atividade", afirmou.

Em outubro, o estoque total de crédito cresceu 0,1%, mesmo patamar registrado nos últimos três meses. Rocha ressaltou que ainda há um comportamento diferente em relação ao crédito pessoa física e pessoa jurídica. Enquanto para as famílias há uma expansão do saldo há um ano (5,6% nos últimos 12 meses), para as empresas há uma retração de 8,3% no mesmo período.

Ele destacou que há um desempenho melhor na concessão de crédito livre do que no direcionado, este último vinculado às operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem se reduzido neste ano. "Há indícios econômicos de que há uma substituição pelas empresas desse crédito por instrumentos do mercado de capitais", afirmou.

Ele também ressaltou o aumento nas concessões em outubro (+1%), mostrando a realização de novas operações no mercado de crédito naquele mês. "Os desempenhos de concessões médias é positivo no mês, no trimestre (0,7%) e no ano (2,6%). Há uma expansão das novas operações de crédito", acrescentou.

Juros cobrados

Segundo Rocha, o aumento do juro cobrado dos consumidores em outubro tem relação direta com a alta da taxa que incide sobre o rotativo do cartão de crédito. Dados do BC mostram que, na contramão da queda do juro básico da economia, várias operações para as pessoas físicas ficaram mais caras no mês passado: além do cartão, o juro do cheque especial e do crédito pessoal também aumentaram nos bancos.

Em outubro, o juro médio do rotativo não regular - quando o cliente não paga a conta no dia ou abaixo do mínimo - subiu 14,4 pontos, para 413,8% ao ano. Rocha explicou que essa operação sozinha contribuiu com a alta do juro médio em 0,4 ponto porcentual para as pessoas físicas no mês passado.

O chefe de departamento do BC explica essa alta do juro como um ajuste após a mudança na metodologia do levantamento na chamada "comissão de permanência" que é aplicada sobre o cartão de crédito. Com a mudança metodológica que passou a vigorar no dado de setembro, houve forte queda do juro do rotativo não regular naquele mês. Agora, diz o técnico, houve reversão de parte desse movimento.

Além do cartão, porém, também houve aumento do juro em outras operações para os consumidores. O juro cobrado no cheque especial, por exemplo, subiu 2,4 pontos, para 323,7% ao ano. No crédito pessoal, a taxa média cresceu 0,6 ponto, para 49,1%.

Rocha explicou que, no caso do cheque especial, houve aumento da utilização com entrada de novos clientes, o que mudou o perfil dos devedores com aumento do risco. No crédito pessoal, o chefe de departamento do BC também comentou que instituições financeiras mencionaram "questão de risco" para explicar o aumento da taxa especialmente nas operações sem consignação.

Pessoa jurídica

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central ressaltou que o aumento nas taxas de juros para pessoas jurídicas registrado em outubro (1%) se deu principalmente no crédito direcionado, especialmente de linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento do investimento, cuja taxa média aumentou 1,3% em outubro.

De acordo com Rocha, isso ocorreu porque houve um aumento nas operações de repasse em relação ao crédito direto, tendo, as primeiras, taxas de juros mais altas.

(Lorenna Rodrigues e Fernando Nakagawa)


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