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Estado de Minas

Bancos e corretoras esperam corte da taxa Selic para 7%

Os juros básicos da economia estão a 8,25% ao ano, e devem chegar perto da mínima histórica nesta quarta-feira, com o corte de 7,5% pelo Banco Central


postado em 22/10/2017 06:00 / atualizado em 22/10/2017 08:22

(foto: Se a estimativa se confirmar, a Selic cairá para 7,5% ao ano e manterá em aberto a discussão sobre as reais possibilidades de o BC levar os juros para um patamar inferior aos 7% em 2018)
(foto: Se a estimativa se confirmar, a Selic cairá para 7,5% ao ano e manterá em aberto a discussão sobre as reais possibilidades de o BC levar os juros para um patamar inferior aos 7% em 2018)

Brasília
– Os juros básicos da economia (a chamada taxa Selic, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio), atualmente de 8,25% ao ano, devem chegar perto da mínima histórica nesta quarta-feira, quando se espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) faça corte de 0,75 ponto percentual. É essa a expectativa predominante entre analistas de bancos e corretoras.


Se a estimativa se confirmar, a Selic cairá para 7,5% ao ano e manterá em aberto a discussão sobre as reais possibilidades de o BC levar os juros para um patamar inferior aos 7% em 2018. Boa parte das apostas, hoje, é de que o ciclo de queda terminará em dezembro, com corte de 0,5 ponto percentual, o que levaria a Selic para 7% ao ano. Assim, já se quebrará um recorde: a taxa ficará abaixo dos 7,25% ao ano, o menor patamar que vigorou durante o governo Dilma Rousseff entre outubro de 2012 e abril de 2013.


Entretanto, diante da redução significativa da inflação, que deve terminar o ano mais próxima do piso da meta, de 3%, do que do centro da meta, de 4,5%, além da demora no processo de recuperação da economia, alguns analistas avaliam que a taxa pode cair um pouco mais. Para integrantes desse grupo, a medida teria um simbolismo significativo para o país, que, apesar do atual ciclo de afrouxamento monetário, convive com juros reais bem acima dos existentes nas economias desenvolvidas.


Entretanto, as incertezas quanto à aprovação da reforma da Previdência e o reequilíbrio das contas públicas, o temor de instabilidade política no próximo ano diante das eleições para presidente e a falta de clareza sobre os rumos da economia internacional são riscos que poderiam obrigar o BC a elevar os juros ao longo de 2018. Não vale a pena, argumenta-se, baixar muito os encargos dos empréstimos e depois ter de aumentá-los, em meio a uma eleição presidencial, com toda a celeuma que isso poderá trazer.

 

Entre as exceções está a essa tese está o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa. Para ele, o cenário benigno para a inflação e a retomada gradual da atividade econômica permitirão a continuidade dos cortes. Ele avalia que o BC reduzirá a Selic em 0,5 ponto percentual em dezembro e 0,25 ponto percentual em fevereiro de 2018. Com isso, o ciclo de cores terminaria, com a taxa em 6,75% ao ano.


A arrecadação de setembro, cita Barbosa, que cresceu 8,7% acima da inflação frente a setembro de 2016, continua mostrando recuperação. “A inflação segue controlada, os salários reais e a ocupação vêm crescendo; as famílias estão menos endividadas; os juros seguem caindo e os estoques na economia estão baixos. Por isso, mantemos nossas projeções de crescimento de 0,9% no PIB (Produto Interno Bruto, o conjunto da produção de bens e serviços do país) para 2017 e 2,8% em 2018”, comenta.

Possível recorde

Para o diretor do Bradesco, do ponto de vista do custo de vida, os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês, divulgados na sexta-feira, reforçaram as perspectivas positivas, com o resultado ligeiramente abaixo do esperado. Isso favorece a queda de juros. O economista-chefe do banco Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, entende que a política monetária comandada pela equipe de Ilan Goldfajn está em terreno estimulativo para a economia. Isso quer dizer que os juros no patamar atual já ajudam.


Alberto Ramos ressalta que a tendência é de que o BC faça apenas mais um corte de juros na reunião de dezembro e encerre o ciclo com taxa de 7%. “Isso levaria a taxa a um patamar claramente estimulativo para a economia e seria um novo recorde”, comenta.

 

 


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