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Estado de Minas

Houve estabilização no nível de ativos problemáticos às famílias, diz BC


postado em 17/10/2017 12:49

Brasília, 17 - O Banco Central avaliou nesta terça-feira, 17, em seu Relatório de Estabilidade Financeira (REF) que houve estabilização no nível de ativos problemáticos das famílias. Isso favoreceu, conforme a instituição, a redução das despesas com provisão e, consequentemente, o avanço do lucro líquido do sistema bancário. "O retorno sobre o patrimônio aumentou, beneficiado também pelo declínio do custo de captação", disse o BC.

A instituição afirmou ainda que há "importante movimentação" nos componentes do índice de ativos problemáticos na carteira de crédito às famílias, com aumento das reestruturações e leve queda da inadimplência. "As reestruturações têm sido utilizadas pelas instituições financeiras para readequar as condições de pagamento das operações à capacidade financeira dos tomadores, principalmente no crédito imobiliário."

De acordo com o BC, a carteira de crédito imobiliário dos bancos continua apresentando aumento de risco. "Como consequência, intensificaram-se as baixas a prejuízo e a retomada de imóveis de tomadores inadimplentes. Para o próximo semestre, há expectativa de arrefecimento do risco de crédito habitacional, devido à melhora nas condições de trabalho e de renda e ao menor nível de endividamento das famílias", avaliou o BC.

A instituição afirmou ainda que "o custo de captação continuará recuando, em linha com a perspectiva de redução da taxa básica de juros, e deve beneficiar a margem de crédito no curto prazo". "Para o médio e longo prazo, a retomada do crédito com ganhos em volume será fundamental para a manutenção da melhora do resultado de intermediação financeira dos bancos."

O BC pontuou ainda que a solvência não configura risco para a estabilidade financeira. "Os índices de capitalização e de alavancagem mantêm robustez para suportar com equilíbrio a transição para as regras prudenciais de Basileia III", registrou a instituição. "A liquidez do sistema permanece elevada em análises suportadas tanto por indicadores internos quanto por recomendações internacionais.

Em geral, as instituições alongaram os prazos de suas captações, melhoraram seus índices de liquidez estrutural e demonstraram resiliência diante das oscilações de mercado após 17 de maio de 2017, mantendo a capacidade para honrar saídas abruptas de recursos em cenários de estresse."

Conforme o BC, os resultados de seus testes de estresse também demonstram aumento da resiliência do sistema bancário para absorver choques. "Impactos de eventuais alterações abruptas nas taxas de juros e de câmbio seriam pequenos em razão da baixa exposição a esses riscos", disse o BC. "Em relação aos dois últimos semestres, reduziu-se a necessidade de capital para absorver choques decorrentes da simulação de condições macroeconômicas desfavoráveis."

Análise

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, avaliou que houve uma redução do ritmo de crescimento dos ativos problemáticos no primeiro semestre do ano. Ele também considerou que o nível de provisionamento para risco de crédito continua confortável.

"Temos grande conforto em níveis de provisões para os próximos 12 meses", afirmou, ao comentar o REF.

Segundo ele, os ativos problemáticos na carteira de pessoa física caíram ou se estabilizaram em todas as modalidades, com exceção do crédito imobiliário. "Mas não vemos maiores riscos em carteira de crédito imobiliário", completou o diretor.

Souza ainda destacou que o primeiro semestre de 2017 foi marcado pela recuperação do PIB, pelo recuo da inflação ao patamar mais baixo dos últimos dez anos, pela queda na taxa Selic e pela interrupção do aumento do crescimento. Por isso, o número de instituições financeiras que percebem a recessão e a inadimplência como fonte de risco caiu para o menor nível em cinco anos.

Tendo em vista a melhoria do cenário, acrescentou Souza, houve aumento da rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido - ROE) das instituições financeiras, beneficiadas pela redução das despesas de provisão e pela queda nos custos de captação.

(Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues)


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