Maior processadora de carnes do mundo, a JBS anunciou nesta terça-feira um programa de desinvestimento que prevê a venda de R$ 6 bilhões em ativos. A companhia pretende se desfazer da participação em uma empresa de alimentação no Brasil e das suas subsidiárias de processamento de alimentos na Irlanda do Norte e de confinamento de gado na América do Norte.
“O programa de desinvestimento visa à redução do endividamento líquido e consequentemente a desalavancagem, fortalecendo estrutura financeira da companhia”, informou a JBS em nota.
A JBS pretende vender os 19,2% de participação na empresa de laticínios brasileira Vigor Alimentos, além da subsidiária norte-irlandesa Moy Park, que processa carnes de aves; e da empresa de confinamento de gado Five Rivers, que opera nos Estados Unidos e no Canadá. O plano de desinvestimento também prevê a venda de fazendas da companhia.
No início do mês, a JBS tinha anunciado a venda de todas as ações de suas subsidiárias na Argentina, no Uruguai e no Paraguai para a Minerva, segunda maior empresa de carne bovina no Brasil. A operação rendeu US$ 300 milhões à JBS, o equivalente a R$ 983 milhões.
Questionado sobre o plano, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, disse não ter sido informado sobre o plano de venda de ativos do frigorífico JBS, anunciado mais cedo. "O que a atual administração (da JBS) está falando tem ainda que ser amplamente debatido no conselho de administração. Não houve ainda essa reunião, haja vista que não estou nem informado", disse Rabello de Castro, após participar de cerimônia em homenagem aos 65 anos do BNDES, no Rio. "O máximo que pode ser sido anunciado (pela JBS) é uma intenção, aliás, boa", afirmou.
O presidente do BNDES destacou que o banco é um acionista "extremamente relevante" da JBS. A instituição possui cerca de 20% de particapação no frigorífico.
Questionado se há estudos para vender parte dessa participação, Rabello de Castro respondeu: "Os momentos mais adequados para fazer uma alienação de ativos são quando a situação desse ativo está bem na curva de preços, e não subavaliado. Como (a empresa) está passando por momento muito delicado, e nós somos acionistas extremamente relevantes, é o momento de unir esforços para defender empregos e o faturamento dessa empresa."