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Estado de Minas

Crise é risco para o Brasil no Mercosul

País assume a presidência do bloco no fim de julho, para semestre que promete ser importante. No entanto, crise ameaça tirar foco e velocidade dos trabalhos


postado em 11/06/2017 06:00 / atualizado em 11/06/2017 09:14

 

Carlos Abijaodi, diretor da CNI, admite que turbulência afeta negociações(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press - 17/5/04)
Carlos Abijaodi, diretor da CNI, admite que turbulência afeta negociações (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press - 17/5/04)

Brasília – Sacudido pela crise política, o Brasil assumirá a presidência do Mercosul no fim de julho, para um semestre que promete ser o mais importante em muitos anos, do ponto de vista econômico. No período ocorrerão as negociações mais difíceis do acordo com a União Europeia, cuja conclusão os dois lados gostariam de anunciar no fim do ano. Outro ponto alto da coordenação brasileira deverá ser a assinatura de um acordo de compras governamentais entre os sócios do bloco.
No entanto, a crise brasileira ameaça tirar foco e velocidade dos trabalhos. “Se eu dissesse que não atrapalha, estaria mentindo”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. “Toda negociação precisa de um ambiente de confiança”. No próprio governo, admite-se que a instabilidade “deixa tudo mais ou menos”, acrescenta.


O rumo, porém, será mantido independentemente dos desdobramentos que a crise política possa ter. “Essa agenda econômica é imposição da sociedade brasileira e da realidade do mundo”, diz um integrante do governo. “Não dá para imaginar que a economia brasileira vá se fechar mais”.


Para o professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, Oliver Stuenkel, o governo continua ativo em suas propostas para a economia, apesar das turbulências. “Os técnicos continuam trabalhando, mas sem um apoio político isso fica limitado”. Hoje, observou, não é possível afirmar se o chanceler será o mesmo na semana que vem. Para ele, a capacidade de o presidente Michel Temer liderar o processo depende da percepção dos parceiros sobre sua permanência ou não no cargo. Por outro lado, ele acredita que a meta de fechar o acordo com os europeus no fim do ano continua presente.


O período de presidência brasileira à frente do Mercosul deve ser uma continuidade do trabalho iniciado em 2017 pela Argentina: o revigoramento do lado econômico e comercial do Mercosul, abandonado principalmente no período em que o Brasil foi presidido por Dilma Rousseff e a Argentina por Cristina Kirchner. O trabalho envolve duas frentes: a melhora no comércio no bloco e os novos acordos comerciais. Além da União Europeia, há conversas com o Canadá, o Efta (Suíça, Liechtenstein, Noruega, Islândia) e o Japão, entre outros.


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