A Gol passará a oferecer duas classes tarifárias para suas passagens aéreas, uma para quem viajará apenas com bagagem de mão e outra para os viajantes que optarem por despachar malas, afirmou ontem o diretor-presidente da empresa, Paulo Sergio Kakinoff. Durante teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2016, o executivo afirmou que o fim da cobrança de franquia de bagagem nas passagens representa a adequação do setor aéreo brasileiro às normas internacionais. “Vai ficar muito claro ao cliente qual o preço regular da tarifa e o valor sem despachar a bagagem”, disse.
A medida valerá a partir de 14 de março, quando entra em vigor uma determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de dezembro que pôs fim à gratuidade do serviço. À época, os representantes da Anac disseram que a medida deverá ter um resultado positivo para o consumidor, uma vez que as companhias aéreas já embutem em suas tarifas de voo essa cobrança a todos os passageiros. O novo modelo de cobrança, segundo a Anac, já é adotado em outros países. A expectativa da agência é de que a concorrência entre as empresas leve à queda de preços das passagens.
Resultados Os custos e despesas operacionais da Gol no quarto trimestre de 2016 totalizaram R$ 2,469 bilhões, uma queda de 10,1% em relação aos R$ 2,746 bilhões registrados entre outubro e dezembro do ano passado. Excluindo a linha de combustível, as despesas somaram R$ 1,790 bilhão no trimestre, retração de 4,6% na base anual. Já as despesas operacionais ajustadas, que excluem os resultados não recorrentes com o retorno de aeronaves em arrendamento financeiro e operações de sale-leaseback, ficaram em R$ 2,327 bilhões, um recuo de 15,3% em um ano. As despesas operacionais ex-combustível ajustadas, por sua vez, totalizaram R$ 1,648 bilhão, uma diminuição de 12,1% em um ano.
Os custos relacionados ao combustível de aviação no trimestre foram de R$ 678,7 milhões, cifra 22% menor na base anual. Dentre todas as despesas operacionais da Gol, apenas as linhas de “depreciação e amortização” e “outras despesas operacionais” tiveram alta entre os períodos, somando R$ 121,9 milhões (+4,2%) e R$ 250,1 milhões ( 59,7%), respectivamente.
A Gol encerrou o quarto trimestre de 2016 com uma frota de 130 aeronaves Boeing 737-NG, uma redução de cinco unidades em relação ao terceiro trimestre. Das 130 aeronaves, 102 são do tipo 737-800 NG e 28 do modelo 737-700 NG. A companhia informa que operava 121 aeronaves em suas rotas no fim do trimestre. Das nove remanescentes, sete estavam em processo de devolução junto aos seus lessores e duas foram subarrendadas para outras companhias aéreas. Segundo a empresa, 96 aeronaves estão em regime de arrendamento operacional e outras 34 em regime de arrendamento financeiro; dessas, 31 possuem opções para compra ao final do contrato.