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Estado de Minas

Dó­lar em tra­je­tó­ria de bai­xa

Mo­e­da nor­te-ame­ri­ca­na fe­cha o dia co­ta­da a R$ 3,182, com re­tra­ção de 0,57% fren­te ao re­gis­tra­do no pre­gão de terça. Apro­va­ção da PEC po­de ter in­flu­en­ci­a­do


postado em 14/10/2016 08:08 / atualizado em 14/10/2016 09:42

Bra­sí­lia – O dó­lar te­ve um com­por­ta­men­to er­rá­ti­co nessa quinta-feira (13) e pas­sou de al­ta de até 0,40% na par­te da ma­nhã pa­ra uma que­da de 0,57% no fechamento. A mo­e­da nor­te-ame­ri­ca­na foi co­ta­da em R$ 3,182, mas o mo­ti­vo da mu­dan­ça de ru­mo não é con­sen­so en­tre os especialistas. Há quem cre­di­te à al­ta dos pre­ços do pe­tró­leo no ex­te­ri­or e tam­bém à re­pa­tri­a­ção de re­cur­sos, as­sun­to em pau­ta no Con­gres­so Nacional. Pa­ra a mai­o­ria dos eco­no­mis­tas, no en­tan­to, o vo­lu­me de di­nhei­ro que es­tá re­tor­nan­do ao país é pou­co ex­pres­si­vo pa­ra in­flu­en­ci­ar o mer­ca­do a pon­to de der­ru­bar o dó­lar, cu­ja que­da ain­da es­tá na es­tei­ra da apro­va­ção da Pro­pos­ta de Emen­da Cons­ti­tu­ci­o­nal (PEC) do te­to dos gastos.


Pa­ra o eco­no­mis­ta-che­fe da Opus In­ves­ti­men­to, Jo­sé Már­cio Ca­mar­go, ne­nhum dos dois mo­ti­vos te­ve for­ça su­fi­ci­en­te pa­ra der­ru­bar o dólar. “A re­pa­tri­a­ção vai tra­zer pou­co dinheiro. As pes­so­as vão de­cla­rar, mas o gros­so vai fi­car lá fora. Efe­ti­va­men­te, a que­da ain­da é res­quí­cio da apro­va­ção da PEC 241, que es­ti­pu­la um te­to pa­ra os gas­tos pú­bli­cos”, afirmou.

Ivo Cher­mont, eco­no­mis­ta-che­fe do Ita­im As­set, con­cor­da que o vo­lu­me de re­cur­sos da re­pa­tri­a­ção é irrelevante. “O Ban­co Cen­tral ain­da vai ter que es­te­ri­li­zar es­se dinheiro. Além do mais, há um grau de in­cer­te­za mui­to gran­de com o de­ba­te no Congresso. Par­te das pes­so­as que pre­ten­dem tra­zer di­nhei­ro vai es­pe­rar as mu­dan­ças”, disse.

RE­FLE­XOS Na opi­ni­ão de Re­gi­nal­do Ga­lhar­do, ge­ren­te de câm­bio da cor­re­to­ra Tre­vi­so, o com­por­ta­men­to do dó­lar pe­la ma­nhã ain­da es­ta­va pre­ci­fi­can­do a in­for­ma­ção do Fe­de­ral Re­ser­ve (Fed, ban­co cen­tral nor­te-ame­ri­ca­no) da vés­pe­ra, de que os EUA po­de­rão au­men­tar ju­ros ain­da es­te ano. “Ho­je (nessa quinta-feira), en­tre­tan­to, ou­tro di­re­tor do Fed dei­xou cla­ro que não es­tá em ci­ma da me­sa a de­ter­mi­na­ção de au­men­tar juros. Daí o dó­lar mu­dou o ru­mo”, explicou.

Se­gun­do ele, o Fed só vai as­su­mir a al­ta de ju­ros quan­do hou­ver ple­no em­pre­go, in­fla­ção aci­ma de 2% e cres­ci­men­to en­tre 2% e 3% nos Es­ta­dos Unidos. “Di­fí­cil olhar pa­rao ce­ná­rio ame­ri­ca­no e di­zer que es­tá che­gan­do lá. O país es­tá endividado. Além dis­so, na ho­ra que to­mar es­ta de­ci­são, vai ter que ava­li­ar o im­pac­to em ou­tros paí­ses”, afirmou.

Ga­lhar­do tam­bém não acre­di­ta que a re­pa­tri­a­ção se­ja res­pon­sá­vel pe­lo mo­vi­men­to dessa quinta-feira on­tem do dólar. “A gen­te sa­be que es­tá en­tran­do mo­e­da por con­ta da re­pa­tri­a­ção, mas não são US$ 5 mi­lhõ­es ou US$ 10 mi­lhõ­es que vão en­trar pa­ra der­ru­bar mercado. O que a gen­te vê é um am­bi­en­te mais tran­qui­lo, com a pos­si­bi­li­da­de de apro­va­ção das me­di­das do go­ver­no, o que co­lo­ca o Bra­sil de vol­ta na li­nha de ti­ro do in­ves­ti­dor”, conclui.

A Bol­sa de Va­lo­res de São Pau­lo (BM&FBo­ves­pa) su­biu 0,16% aos 61.119 pontos. Con­for­me Ca­mar­go, da Opus, o mer­ca­do de ca­pi­tais não se ex­pli­ca por na­da de cur­to prazo. “O mo­vi­men­to faz par­te da ten­dên­cia de al­ta que já vem ocor­ren­do há al­gum tem­po”, disse.

Flu­xo cam­bi­al no ver­me­lho

O flu­xo cam­bi­al do ano até o dia 7 de ou­tu­bro fi­cou no ver­me­lho em US$ 15,226 bi­lhõ­es, an­te sal­do ne­ga­ti­vo de
US$ 15,760 bi­lhõ­es vis­to no ano até o fim de se­tem­bro, se­gun­do o Ban­co Cen­tral (BC). Em igual pe­rí­o­do do ano pas­sa­do, o re­sul­ta­do era po­si­ti­vo em US$ 9,012 bilhões.

A re­ti­ra­da de dó­la­res pe­lo ca­nal fi­nan­cei­ro, no pe­rí­o­do ava­li­a­do pe­lo BC, foi de US$ 49,658 bilhões. Es­te re­sul­ta­do é fru­to de en­tra­das no va­lor de US$ 330,093 bi­lhõ­es e de en­vi­os no to­tal de US$ 379,751 bilhões. O seg­men­to reú­ne os in­ves­ti­men­tos es­tran­gei­ros di­re­tos e em car­tei­ra, re­mes­sas de lu­cro e pa­ga­men­to de ju­ros, en­tre ou­tras operações.

Já no co­mér­cio ex­te­ri­or, o sal­do anu­al acu­mu­la­do até 7 de ou­tu­bro fi­cou po­si­ti­vo em
US$ 34,432 bi­lhõ­es, com im­por­ta­çõ­es de US$ 95,578 bi­lhõ­es e ex­por­ta­çõ­es de US$ 130,010 bilhões. Nas ex­por­ta­çõ­es es­tão in­cluí­dos US$ 23,569 bi­lhõ­es em Adi­an­ta­men­to de Con­tra­to de Câm­bio (ACC), US$ 35,341 bi­lhõ­es em Pa­ga­men­to An­te­ci­pa­do (PA) e US$ 71,101 bi­lhõ­es em ou­tras entradas.

Se­gun­do o BC, o flu­xo cam­bi­al da pri­mei­ra se­ma­na des­te mês fi­cou po­si­ti­vo em US$ 534 milhões. No pe­rí­o­do em ques­tão, a saí­da lí­qui­da de dó­la­res pe­lo ca­nal fi­nan­cei­ro foi de S$ 929 mi­lhõ­es, re­sul­ta­do de en­tra­das no va­lor de US$ 7,550 bi­lhõ­es e de en­vi­os no to­tal de US$ 8,479 bilhões. Es­se seg­men­to reú­ne os in­ves­ti­men­tos es­tran­gei­ros di­re­tos e em car­tei­ra, re­mes­sas de lu­cro e pa­ga­men­to de ju­ros, en­tre ou­tras operações.

Já no co­mér­cio ex­te­ri­or, o sal­do na se­ma­na fi­cou po­si­ti­vo em US$ 1,463 bi­lhão, com im­por­ta­çõ­es de US$ 2,335 bi­lhõ­es e ex­por­ta­çõ­es de US$ 3,798 bilhões. Nas ex­por­ta­çõ­es, es­tão in­cluí­dos US$ 488 mi­lhõ­es em ACC,
US$ 1,925 bi­lhão em PA e US$ 1,386 bi­lhão em ou­tras entradas.

GAN­HOS COM SWAP
Ape­sar do flu­xo cam­bi­al se­guir ne­ga­ti­vo, o BC con­ti­nua re­gis­tran­do gan­hos com ope­ra­çõ­es de swap cambial. No mês pas­sa­do, elas ren­de­ram R$ 1,118 bi­lhão de lu­cro à ins­ti­tui­ção financeira. Nes­te mês, o Ban­co Cen­tral re­gis­trou re­sul­ta­do po­si­ti­vo de R$ 845 mi­lhõ­es até o dia 7 (pri­mei­ra se­ma­na do mês) com es­ses lei­lõ­es pe­lo cri­té­rio caixa. Pe­lo con­cei­to de com­pe­tên­cia, hou­ve gan­hos de R$ 1,078 bilhão. O re­sul­ta­do pe­lo cri­té­rio de com­pe­tên­cia in­clui gan­hos e per­das ocor­ri­dos no mês, in­de­pen­den­te­men­te da da­ta de li­qui­da­ção financeira. A li­qui­da­ção fi­nan­cei­ra des­se re­sul­ta­do (cai­xa) ocor­re no dia se­guin­te, em D+1.  O es­to­que de swaps cam­bi­ais do BC es­tá na ca­sa de US$ 31 bi­lhõ­es, mas já su­pe­rou os US$ 100 bi­lhõ­es no passado. Com a re­to­ma­da dos lei­lõ­es di­á­ri­os de swap cam­bi­al re­ver­so pe­lo BC, es­se sal­do vem diminuindo.


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