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Estado de Minas

Confira os cuidados na hora de comprar os presentes das crianças

Dia da Criança exige compra consciente, cuidado com os componentes dos brinquedos e atenção para lidar com a propaganda de produtos, que ficaram mais caros em 2016


postado em 10/10/2016 06:00 / atualizado em 10/10/2016 08:49

Patrícia Saporeti (E) sempre verifica a qualidade dos produtos para sua filha Sara(foto: Luciane Evans/EM/D.A Press)
Patrícia Saporeti (E) sempre verifica a qualidade dos produtos para sua filha Sara (foto: Luciane Evans/EM/D.A Press)

Com a chegada do Dia das Crianças, comemorado nesta quarta-feira, é preciso ter muita atenção na hora de presentear. Além de saber lidar com a ansiedade dos pequenos nas datas festivas, quem quer presenteá-los deve levar em conta não só o desejo da criança, como também as especificações dos produtos e, principalmente, regras básicas para o consumo consciente.

“É uma boa data para tentar educar pais e filhos sobre como lidar com a publicidade de produtos infantis, que é uma das mais agressivas do mercado”, afirma o diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon), Walter Moura.


O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta para que, antes de pensar em presentes, o consumidor leve em consideração a idade das crianças. A entidade observa que os produtos têm indicações de faixa etária e, por isso, elas devem ser seguidas tanto por questões de segurança, quanto por questões educativas. Outra medida, de acordo com o Idec, é verificar se o brinquedo tem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).


A certificação é obrigatória e garante que a mercadoria foi submetida a testes de segurança. O selo não é o único critério a ser observado quando se trata da garantia contra riscos. Avaliar as características dos produtos é fundamental para proteger os pequenos de acidentes.

 com a Crise, Janilza explicou aos filhos, Ágatha e Igor, que seria preciso eliminar opções mais caras(foto: Luciane Evans/EM/D.A Press)
com a Crise, Janilza explicou aos filhos, Ágatha e Igor, que seria preciso eliminar opções mais caras (foto: Luciane Evans/EM/D.A Press)

De acordo com o diretor do Brasilcon, Walter Moura, “o brinquedo tem uma utilidade muito importante na formação didática e pedagógica da criança, e, portanto, em vez de escolher marcas famosas de produtos da moda é melhor buscar compreender as reais necessidades dos pequenos”.

A enfermeira Patrícia Saporeti diz que, para a filha Sara, de 2 anos, procura comprar produtos que despertem o interesse dela. “Geralmente, ela enjoa do brinquedo muito rápido”, conta. A mãe diz que se preocupa com a qualidade do que compra e sempre observa se há algum perigo para a criança. “Uma vez comprei um brinquedo que veio todo quebrado. Tive que reclamar”, afirma.

Guia infantil do consumidor


Em setembro, a Associação de Consumidores – Proteste lançou um guia infantil do consumidor. O intuito é fazer com que as crianças conheçam de forma lúdica o Código de Defesa do Consumidor, apresentando conceitos relacionados ao ato de consumir, educação financeira e orçamento familiar, além de tratar de temas como publicidade infantil. “A ideia é fazer com que os pequenos façam uma reflexão a respeito e desenvolvam ideias críticas quanto o consumo. Além disso, do ponto de vista dos adultos, o objetivo é que eles não se endividam ao construir uma consciência cidadã com os filhos”, comenta a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.


Ela orienta aos pais a ficarem atentos e, ao optar por um presente, avaliarem se o produto é realmente necessário. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), conduzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indicou 58,2% de famílias endividadas no país em setembro. Por isso, para Maria Inês, os pais que estão nessa situação devem dar prioridade à quitação das dívidas em lugar de comprar brinquedos.

“Além disso, devem mostrar aos filhos o que podem ou não comprar. É bom dizer a eles que se trata de uma data comemorativa, cuja diversão é um presente também. Então, às vezes, é melhor levá-los ao parque ou para assistir a um show, o que pode ser mais produtivo na construção da cidadania e da desenvoltura deles.”


Dez recomendações

Fique de olho nas orientações das entidades de defesa do consumidor para a compra consciente e vantajosa

» Segurança
Procure comprar produtos com selo do Inmetro, que pode vir impresso, em etiqueta adesiva na embalagem ou afixado no próprio produto em etiquetas de pano ou papel, como no caso das pelúcias. É uma certificação obrigatória e garante que a mercadoria foi submetida a testes de segurança.

» Componentes
Fique atento à presença de tinta e de peças pequenas, pontiagudas e cortantes. Caso ache necessário, peça ao vendedor que abra a embalagem para observar as condições do produto. Ler o manual de instruções é uma medida importante para garantir que o presente não se transforme em dor-de-cabeça depois. Fique atento também aos componentes alergênicos e nocivos à saúde.

» Faixa etária
Para crianças de 18 meses a 3 anos de idade, por exemplo, procure dar presentes que estimulem o seu desenvolvimento, como brinquedos musicais, bolas e caderno de desenhos. Já para crianças de 4 a 9 anos, jogos eletrônicos, bicicleta ou outros produtos que estimulam brincadeiras coletivas são boas opções.

» Consciência

Oriente as crianças sobre os impulsos da publicidade infantil na hora de escolher os presentes. Ensine a elas que o Dia das Crianças é uma data comemorativa e, como tal, pode ser celebrada com passeios e diversão, sem necessariamente haver compras.

» Preços

Pesquisar os preços é regra para o consumidor, inclusive, pela internet. Verifique se houve aumento de valor do produto apenas devido à data comemorativa. Se o pequeno não se importar, compre o presente depois da data. Ele pode ficar mais barato. E não tenha medo de pedir descontos e de comparar os preços em diversos estabelecimentos.

» Compras On-line
Lembre-se que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante o direito de arrependimento, ou seja, é possível cancelar a compra sem custo até sete dias depois de realizada ou do recebimento da mercadoria. Antes de comprar pela web é importante verificar se a loja é confiável. Procure empresas conhecidas ou indicadas por amigos. É importante observar se o site tem canais de contato, CNPJ e endereço informados, entre outras dados que caracterizam os serviços prestados.

» Defeito
Ao verificar defeitos nos brinquedos, reclame de imediato para ter o direito de troca, mesmo com a embalagem do produto aberta. A reclamação é o principal indicador para que as autoridades adotem providencias contra maus fornecedores.

» Dívidas

Entre comprar brinquedos e pagar contas em atraso, prefira quitar a dívida.

» Produtos importados
Na compra em sites estrangeiros, não se deve levar em conta somente o preço do produto. É preciso considerar também outras taxas, a exemplo do custo do frete e dos impostos incidentes sobre as importações. Além disso, cheque se a empresa tem representantes no Brasil. Só assim você poderá contar com assistência técnica e reclamar mais facilmente em caso de o produto apresentar defeito.

» Não leve
Evite dar armas de brinquedo para as crianças

Fonte: Idec, Proteste e Brasilcon

Pais alertam filhos para aperto financeiro


Para conscientizar o filho Lucas, de 9 anos, do orçamento mais apertado neste ano, a faxineira Flávia Ruth estipulou o limite do valor do presente. “Disse a ele que, desta vez, teria R$ 50 para comprar o brinquedo. Ele entendeu e gostou de pechinchar os preços”, conta. Na família de Janilza dos Santos Silva, a crise na economia também foi gatilho para uma compra mais consciente. “Contei que não teria condições de comprar coisas mais caras e eles entenderam. Ágatha, de 10 anos, escolheu uma boneca e Igor Samuel, de 12, ainda está olhando o que quer.”

Maria Inês Dolci, da Proteste, comenta que “se houver educação para o consumo na infância, o adulto saberá, entre outras coisas, que não deve se endividar e também aprenderá a avaliar qualidade e preços de diversos produtos e serviços, além de exigir o cumprimento do que foi estabelecido pelo Código de Defesa do Consumidor”


PREÇO EM ALTA
De acordo com pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), divulgada na semana passada,opeso da inflação deverá contribuir para ligeira elevação no valor dos presentes deste Dia Das Crianças. Realizado com 274
consumidores da capital, a pesquisa mostrou queamaioria dos consumidores (58,4%) está disposta a gastar até R$ 100. Segundo a entidade, apesar do orçamento apertado os consumidores estão cientes de que vão gastar um pouco mais. Os produtos mais procurados para a data, comoos brinquedos, roupasecalçados, estão sendo  pressionados pelo aumento do custo de vida.


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