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Estado de Minas

Tragédia em Mariana derruba produção industrial em Minas e no Espírito Santo

Após rompimento de barragem, perdas chegaram a 12% na indústria mineira e 19,8% na capixaba


postado em 12/01/2016 10:07 / atualizado em 12/01/2016 13:06

Rompimento de barragem afetou a produção de minério de ferro, tanto bruto quanto pelotizado(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 19/11/2015)
Rompimento de barragem afetou a produção de minério de ferro, tanto bruto quanto pelotizado (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 19/11/2015)
O rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, no início de novembro, influenciou as unidades industriais em Minas Gerais e no Espírito Santo, já que o acidente paralisou a produção da empresa, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção mineira encolheu 4% na comparação com outubro do ano passado, a queda mais intensa desde dezembro de 2013, quando a retração chegou a 5%. Na comparação a novembro de 2014, a baixa foi de 12%. Na indústria capixaba, o tombo foi maior: de 11,1% frente a outubro deste ano e 19,8% na comparação ao mesmo mês de 2014.

"O desastre em Mariana representou o principal impacto negativo sobre a indústria extrativa (minérios de ferro em bruto), na passagem de outubro para novembro", explicou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. O efeito do desastre foi maior até do que a greve de petroleiros ligados à Petrobras, que afetou a extração e o refino de petróleo também em novembro.

Segundo o especialista, o rompimento da barragem afetou a produção de minério de ferro, tanto bruto, em Minas Gerais, quanto pelotizado, no Espírito Santo, e traz efeitos importantes", disse Macedo. O peso da produção de minério de ferro é maior do que o de petróleo dentro do setor extrativo.

Em novembro do ano passado, as unidades de pelotização da Samarco em Ubu, no Espírito Santo, interromperam a produção, já que ficaram sem estoques após as minas da companhia em Mariana paralisarem a extração.

Em Minas, a queda na indústria também foi puxada pelos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-39,4%), metalurgia (-14,6%) e indústrias extrativas (-6,7%), na comparação a novembro de 2014. "A baixa na produção de veículos já vêm sendo anunciada pelos próprios indicadores do setor desde o ano passado, exacerbado pela redução do emprego e renda e pela dificuldade de acesso ao crédito", diz o analista do IBGE em Minas Gerais Antonio Braz de Oliveira e Silva, destacando que a queda no setor automotivo afeta toda a cadeia produtiva, em especial, a metalurgia.

Produção brasileira Considerando todos os locais, indústria nacional recuou 2,4% na passagem de outubro para novembro de 2015. Houve queda em nove dos 14 locais pesquisados pelo IBGE.

Em São Paulo, o maior parque fabril do país, a produção recuou 2,6% na passagem do mês, já descontados os efeitos sazonais. Além de Minas Gerais (-4%), também registraram quedas maiores do que a média nacional (-2,4%) o estado do Ceará (-4,5%), a região Nordeste (-2,8%) e São Paulo.

Completam o grupo de taxas negativas Amazonas (-2,1%), Bahia (- 2,0%), Paraná (-1,3%) e Goiás (-0,9%). Por outro lado, Pernambuco (3,5%) mostrou o avanço mais intenso no mês. Os demais resultados positivos foram registrados por Pará (1,9%), Santa Catarina (1,8%), Rio de Janeiro (1,2%) e Rio Grande do Sul (1,1%).

Na comparação com novembro de 2014, a indústria recuou em 13 dos 15 locais investigados. Os recuos mais intensos ocorreram em Amazonas (-19,9%), Espírito Santo (-19,8%) e Paraná (-16,7%). Em São Paulo, a queda chegou a 13,3%.

Bahia (-13,3%) e Rio Grande do Sul (-13,0%) também apontaram resultados negativos mais acentuados do que a média nacional (-12,4%), enquanto Minas Gerais (-12,0%), Ceará (-10,7%), Rio de Janeiro (- 10,1%), Goiás (-9,4%), região Nordeste (-6,9%), Santa Catarina (-4,8%) e Pernambuco (- 1,0%) completaram o conjunto de locais com taxas negativas em novembro ante igual mês de 2014.

Por outro lado, Mato Grosso (5,9%) e Pará (5,5%) assinalaram os avanços na mesma base comparativa. (Com agências)


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