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Estado de Minas

Caça a estagiários de engenharia ficou no passado

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postado em 20/09/2015 00:12 / atualizado em 20/09/2015 07:31

Prova do avanço da profissão nos últimos anos é o aumento vertiginoso da procura pelos cursos da área nas universidades e a criação de escolas. Até 2008, por exemplo, a relação candidato/vaga na engenharia civil da UFMG era de 9,67; em 2011, atingiu o pico de 19,68, depois houve um ajuste na procura. Isso, mesmo com aumento do número de especialidades da área. Eram nove cursos em 2005 na universidade, enquanto neste ano são 14 (aeroespacial, agrícola e ambiental, ambiental, civil, alimentos, controle e automação, minas, produção, sistemas, elétrica, florestal, mecânica, metalúrgica e química). Ao todo, eram 810 vagas. Hoje, são 1.130.



Ainda na faculdade, a então estudante de engenharia Natália Souza Diniz Alves volta e meia via recrutadores “caçando estagiários em sala de aula”. A cena reflete o cenário do mercado de trabalho três anos atrás. “Todo mundo que se formou saiu com emprego”, recorda a engenheira. Hoje, em meio ao desaquecimento da economia, ela vê amigos perdendo os postos de trabalho.

A empresa na qual ela trabalhava, prestadora de serviço para a UFMG, cortou boa parte dos profissionais em novembro e março – o cargo dela, inclusive. “Não estou vendo muita vaga. Os salários estão muito mais baixos. Nenhum dos meus amigos ganha o piso (8,5 salários mínimos)”, afirma Natália, que, com isso, aproveita para estudar para buscar uma vaga no setor público e cursa o mestrado. Segundo ela, entre os demitidos da empresa ninguém conseguiu emprego fixo. “Há caso de gente 100% parada; outros no mestrado e gente trabalhando sem carteira”, afirma. No mais, outros colegas que trabalham com projetos como pessoa jurídica tiveram cortes consideráveis na carga horária, o que reduziu os ganhos pela metade.

O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro, concorda que, assim como a situação econômica do país, o momento para a profissão é conturbado. “O mercado teve uma queda, com muitas demissões. Temos o sentimento de que grande parcela foi demitida”, diz. A palavra sentimento está relacionada à falta de números sobre as demissões. Pinheiro reitera ser o setor a “mola propulsora” para a retomada do desenvolvimento. E enxerga dias melhores com a passagem da turbulência na economia. “Neste momento, deve reduzir a necessidade [por engenheiros], mas, sem dúvida, se o foco é crescimento, sem a engenharia não há isso. A profissão é necessária para promover o crescimento”, afirma. (PRF)


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