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Estado de Minas

Levy pinta o Brasil que tem vantagens

Depois de encontro com investidores estrangeiros, ministro da Fazenda tenta acalmar empresários e o mercado financeiro


postado em 24/02/2015 06:00 / atualizado em 24/02/2015 07:19

Brasília – Depois de passar o carnaval nos Estados Unidos, quando tentou transmitir uma imagem positiva do Brasil para os investidores estrangeiros, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, procura, agora, recuperar a credibilidade junto a empresários brasileiros. Na manhã de ontem, durante encontro na Câmara de Comércio França–Brasil (CCFB), em São Paulo, ele afirmou que não há problemas com a economia brasileira, apesar de suas próprias projeções e as de especialistas indicarem que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu em 2014, o que deve ocorrer de novo neste ano.


“Não há nada de problemático na economia brasileira. Ainda há inúmeras vantagens no país, como nosso capital humano. Temos certeza de que há condições de fazer essa reengenharia da nossa economia sem grande dificuldade. No ano passado, o governo fez alguns ajustes em programas de transferência de renda e atacou situações em que havia distorções para garantir sua efetividade conhecida pela população”, disse Levy aos executivos do país, repetindo a mesma apresentação feita aos norte-americanos. O ministro também defendeu as alterações propostas pelo governo nos benefícios trabalhistas e previdenciários, pois “foram feitas para tornar esses instrumentos mais focados e mais fortes”, destacou.
O chefe da equipe econômica ainda garantiu que a meta fiscal de R$ 66 bilhões para o superávit primário será atingida em 2015. “A presidente Dilma vem mostrando total comprometimento com o percentual de 1,2% do PIB para este ano. Há meios para chegarmos lá”, afirmou. Apesar desse excesso de otimismo, o discurso de Levy tem agradado até os pessimistas.


“Parece que ele vem reafirmando a preocupação com o superávit fiscal e a redução do custo contábil para o empresário, mas há um jogo político muito duro. As propostas de ajuste estão encontrando dificuldade na base aliada no Congresso e isso pode comprometer o cumprimento da meta”, destacou o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa. Para ele, Levy vem mantendo um discurso coerente.


O economista e especialista em contas públicas Raul Velloso mostra preocupação com o fato de o governo não ter dado declarações diretas de apoio às medidas anunciadas por Levy. “A escolha dele trouxe um voto de realização do ajuste, mas, até agora, foram anunciadas só algumas mudanças na Previdência, no abono e no seguro-desemprego. O resto é a grande disposição de fechar as contas nos gastos discricionários. Precisamos esperar”, avaliou. Velloso ainda alertou para o fato de o fogo amigo não fazer nenhum sentido. Se o governo sofrer uma reviravolta, acabará a relativa tranquilidade conquistada com a indicação de Levy para a Fazenda.


Para Mansueto Almeida, economista especializado em contas públicas, o cumprimento da meta fiscal neste ano é quase impossível. “Acreditamos no ministro, nas ideias do ministro, mas a gente está falando de uma democracia. Ele tem que convencer a presidente, a base aliada e o Congresso. Por isso, é muito importante ver o que as lideranças políticas do Senado e da Câmara vão falar depois do encontro com Levy”, ressaltou, lembrando as críticas contrárias às medidas impopulares.


Levy assegurou aos empresários que o governo está atento às necessidades do setor privado, para que a economia retome o crescimento. “O que tem ficado muito claro é que vamos ter que dar mais um passo no desenvolvimento do Brasil. A gente tem que ir mais além, se inserir mais na cadeia de produção”, afirmou. Ele informou que, nos últimos 15 anos, os executivos com quem conversa têm sido unânimes em falar sobre o dinamismo da economia. “Temos uma geração mais bem preparada. Todo mundo praticamente está dentro da economia de mercado”, sublinhou.


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