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Estado de Minas

'Transitoriedade' de Bendine alivia bolsa


postado em 10/02/2015 06:00 / atualizado em 10/02/2015 07:26

Brasília – A ressaca do mercado financeiro com a nomeação indigesta de Aldemir Bendine para a presidência da Petrobras fez as ações da petroleira abrirem em forte queda no primeiro pregão da semana na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), que fechou com alta de 1,21% , em 49.382 pontos. Os papéis da estatal do petróleo chegaram a cair 4% pela manhã e bateram em R$ 8,72. Contudo, reverteram as perdas com a expectativa de que o nome de Bendine seja apenas uma solução provisória. No fechamento do dia, as ações preferenciais conseguiram ganhos de 1,75%, cotadas a R$ 9,28, e as ordinárias se valorizaram 1,88%, precificadas em R$ 9,20.


Para o banco Morgan Stanley, não há dúvidas de que a indicação de Bendine foi política, mas pode ser uma solução de curto prazo. Em relatório assinado pelo analista Bruno Montanari a instituição diz acreditar que a nomeação marcará um período de transição. Ex-comandante do Banco do Brasil, Bendine teria sido escolhido apenas para fazer as negociações necessárias com a auditoria externa PricewaterhouseCooper (PwC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão equivalente à CVM nos Estados Unidos, e resolver o principal problema da companhia: a publicação do balanço contábil auditado.

O economista-chefe da Austin Ratings, Alex Agostini, também chegou a comentar que Bendine seria um nome transitório. Mas mudou de ideia. “Na sexta-feira, como o nome foi muito mal recebido por todos, inclusive por uma ala do PT, que se surpreendeu com a indicação, fazia sentido pensar que o governo usaria a desculpa de que ele seria uma solução provisória. Porém, agora acho que a presidente vai insistir com ele para fazer um projeto financeiro para a Petrobras”, afirmou.

Ao novo presidente caberá também a incumbência de referendar e incluir no balanço do terceiro trimestre do ano passado o cálculo das perdas com corrupção. A cifra que chegou a ser apresentada por Graça, de R$ 61 bilhões (diferença entre os R$ 88 bilhões em ativos superavaliados e os R$ 27 bilhões dos subavaliados, conforme estudo das consultorias contratadas pela estatal) está totalmente descartada. Bendine e Monteiro irão assinar os balanços do terceiro e do quarto trimestres do ano passado.

Para o economista do portal de informações financeiras Moneyou Jason Vieira o nome de Bendine surgiu numa operação tapa-buraco. “Foi o que sobrou naquele momento. Pode ser que, ao encontrar um nome de mercado, o governo volte atrás. Acho que Dilma ainda busca uma versão do Joaquim Levy para a Petrobras”, destacou, referindo-se à credibilidade do ministro da fazenda junto ao mercado.

Vieira explicou que a alta dos papéis da Petrobras refletiu essa possibilidade e fato de os preços terem caído demais. “Existe um ponto técnico, um preço-piso, em que a recomendação é comprar. A gente ainda não sabe qual é o fundo do poço da estatal, mas algo perto de R$ 8,70 já pode ser considerado um ponto técnico. Isso explica a recuperação ao longo do pregão”, explicou.

O banco Morgan Stanley manteve sua recomendação para os recibos de ações da Petrobras negociados na Bolsa de Nova York, os chamados ADRs, em posição neutra. No entanto, o Credit Suisse rebaixou a recomendação de neutra para a classificação desempenho abaixo da média.

Vedetes
A bolsa brasileira subiu, ainda, sustentada pelos fortes ganhos dos papéis da mineradora Vale e de empresas siderúrgicas. Neste mês a bolsa acumula valorização de 5,28% e, no ano, perda de 1,25%. O giro financeiro totalizou R$ 7,600 bilhões, dos quais R$ 1,577 bilhão referem-se ao exercício de opções sobre ações. AVale e siderúrgicas, entretanto, tiveram um empurrãozinho da China, onde os dados da balança comercial desapontaram e fizeram crescer a expectativa por medidas de estímulo ao país, o que favoreceria as ações dessas empresas.

A alta do dólar também contribui para o avanço dessas ações e elas lideraram os ganhos de ontem no Ibovespa, o indicador das ações mais negociadas. As ações preferenciais (PN) da Usiminas subiram 8,76%, liderando as altas, seguidas por CSN ON, com direito a voto, (8,73%), Vale ON (+5,73%). Os papéis preferenciais do grupo siderúrgico Gerdau, com valorização de 4,71%, ficaram na quinta posição, seguidas por Vale PNA (+4,49%). (Com agências)


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