O aumento irritou os motoristas e vários deles manifestaram sua indignação ao Estado de Minas, usando o WhatsApp do jornal. "Uma vergonha... o reajuste e só amanha e os postos já aplicaram o aumento do preço dos combustíveis", desabafou John Santos, denunciando que um posto da Avenida Flávio dos Santos, no Bairro Floresta, que cobrava R$ 2,85 pela gasolina na sexta-feira, elevou o valor para R$ 2,89 no sábado. Segundo ele, outros postos da região da Floresta e também na Via Expressa aumentaram os preços.
O engenheiro Adyles Batista, de 31 anos, também se surpreendeu quando voltou ontem ao posto localizado na Avenida Cícero Idelfonso, no Bairro João Pinheiro para abastecer um segundo veículo da casa. ''Abasteci outro carro ontem, a R$ 2,76 o litro, e hoje o produto custa R$ 2,99 no mesmo lugar", disse. Segundo ele, outros postos da região passaram a cobrar o mesmo preço ontem (R$ 2,99 pela gasolina), além de terem reajustado o preço do álcool. "Todos com o mesmo aumento. É muita coincidência, não é? O álcool custava R$ 1,99 e foi para R$ 2,19", completa.
A reportagem comprovou a situação relatada pelo engenheiro, com a maioria dos postos praticando o valor de R$ 2,99 pelo litro da gasolina, mas flagrou também três situações diferentes na Via Expressa. No posto Pica Pau, o painel já anunciava ontem o litro da gasolina vendido por R$ 3,19. Pouco à frente, foi possível flagrar um posto da rede Ale cuja placa não indicava o preço – que, provavelmente, estava sendo alterado na tarde de ontem. Mais à frente, no Posto Expresso, a gasolina vendida ao mesmo preço de sexta-feira, R$ 2,79, justificava a longa fila de carros aguardando para abastecer.
ESTRATÉGIA O gerente do Posto Expresso, Cristiano Ricardo, afirma que fila não é novidade para o estabelecimento, já que o posto é muito procurado por ter preços mais competitivos que os de outras regiões de Belo Horizonte. "A gente tem que ter um diferencial. Isso é do comércio. Onde tem oferta melhor, a demanda aumenta", diz. Questionado sobre o aumento dos combutíveis, ele diz que não está autorizado a passar o preço que será praticado a partir de hoje, mas garante: "O reajuste é inevitável, mas não tem data nem valores", afirma.
A elevação do PIS e da Cofins valerá por três meses, período necessário para a entrada em vigor da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), que estava zerada desde 2012, e foi reabilitada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para tentar recompor o caixa do governo. Com a medida, o governo espera arrecadar R$ 12,2 bilhões neste ano.