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Estado de Minas

Intercâmbio atrai público da terceira idade

Cada vez mais vovôs e vovós aprontam as malas rumo ao exterior, em busca de novos conhecimentos. Netos, joguinhos e tricôs estão dando lugar aos intercâmbios culturais


postado em 20/01/2015 08:56 / atualizado em 20/01/2015 09:03

Em terras canadenses, Marigerson Ventura, de 69 anos, posa para foto entre os colegas de vários países no dia da formatura. Ele e a esposa, Clemilda, optaram por Victoria, no Oeste do país, para uma imersão em inglês(foto: Arquivo pessoal)
Em terras canadenses, Marigerson Ventura, de 69 anos, posa para foto entre os colegas de vários países no dia da formatura. Ele e a esposa, Clemilda, optaram por Victoria, no Oeste do país, para uma imersão em inglês (foto: Arquivo pessoal)

Aprender ou aperfeiçoar um novo idioma, estudando em outro país, já não é exclusividade dos jovens. A chamada terceira idade também vem movimentando o mercado de intercâmbio. Segundo dados do setor de turismo, é crescente a procura por esse tipo de serviço, que aumentou 45% nos últimos cinco anos. Além dos cursos de idiomas, pessoas acima de 50 anos buscam outras atividades fora do país, oferecidas pelo mercado. Um exemplo são os programas culturais, como cursos de vinhos, aulas de dança, de artes, visitas guiadas a museus, aulas de gastronomia etc.

“Cada vez mais pessoas maduras querem fazer as malas e conhecer um mundo novo. Já que muitas têm uma vida profissional resolvida, o intercâmbio surge como uma boa oportunidade para adquirir outros tipos de experiência”, afirma Flávia Werneck, diretora da Master Intercâmbio, agência de turismo cujo público idoso já representa 5% de seus clientes e que apresenta tendência de crescer ainda mais em 2015. “Eles gostam de viajar pelo simples prazer de aprender coisas novas, o que difere dos jovens, que, muitas vezes, buscam estudar fora para complementar o currículo e conseguir um emprego melhor.”

Os destinos mais procurados, segundo ela, são lugares históricos e culturais, como Paris, Londres e, mais recentemente, cidades especiais dos Estados Unidos e Canadá. Marigerson Ventura, de 69 anos, visitou terras canadenses há poucos meses com a esposa, Clemilda Coelho, de 52. Viajaram em junho em seu primeiro intercâmbio e ficaram 30 dias em Victoria, na Costa Oeste do país, para aprimorar o inglês e conhecer um pouco da região. “Queríamos fazer uma imersão em um país de língua inglesa, buscando facilitar e agilizar nosso aprendizado, para nos comunicarmos melhor, principalmente nas nossas viagens ao exterior”, conta Marigerson.

Eles optaram pela residência em casa de família, o que permitiu ficar no país por mais tempo, por um valor mais acessível, além de poder conhecer melhor os costumes canadenses. “O intercâmbio nos propiciou vivenciar melhor a cultura do local, conhecer pessoas e colegas de diferentes países, aprender outros métodos de ensino, além de desenvolver o nosso listening e speaking. Os canadenses, especialmente os de Victoria, são gentis, receptivos e sempre disponíveis para ajudar e dar informações, muitas vezes, antecipando-se ao nosso pedido de ajuda”, completa.

CULTURA LOCAL
O casal Rosalvo Reinaldo Fonseca e Maria José Lobato Fonseca, ambos com 60 anos, também aproveitou uma viagem de intercâmbio para estudar inglês e, no tempo vago, fazer programas culturais. “Fomos, este ano, para Washington, a capital dos Estados Unidos. Compramos um pacote com alojamento em um apartamento de um norte-americano, perto da universidade, e adoramos toda a viagem. Já falamos inglês e fomos buscar aperfeiçoamento, mas a escola, multicultural, atende às necessidades de todos os níveis. Em um mês, aprendemos muito, principalmente o modo de vida local, pois tivemos de nos virar (cozinhar, fazer supermercado, lavar roupa na lavanderia do prédio etc.) como se morássemos lá”, revela Rosalvo.

As aulas eram no período da manhã, o que deixava o casal com o restante do tempo livre para atividades culturais. “Fazíamos nosso homework e nos mandávamos para conhecer museus, teatros, bibliotecas, restaurantes exóticos etc. Buscávamos programas muito além do normal do turista, que se resume a visitar locais específicos e fazer compras em outlets”, diz ele, lembrando que o pacote contratado à agência, específico para pessoas acima de 50 anos, ficou muito mais em conta do que os mais tradicionais. “Valeu muito a experiência e pretendemos repeti-la em 2015, mas vamos optar por um local que respire cultura”, afirma.

O casal Rosalvo Reinaldo e Maria José Fonseca, ambos com 60 anos, passou temporada em Washington, EUA, e, além do curso de inglês, aproveitou os programas culturais da cidade e o modo de vida local(foto: Arquivo pessoal)
O casal Rosalvo Reinaldo e Maria José Fonseca, ambos com 60 anos, passou temporada em Washington, EUA, e, além do curso de inglês, aproveitou os programas culturais da cidade e o modo de vida local (foto: Arquivo pessoal)
Programas mais que especiais

Pessoas acima de 50 anos que trabalham e têm pouco tempo disponível (às vezes, só o período de férias) também podem fazer intercâmbio. Flávia Werneck explica que a agência oferece programas de curta duração. “Há opções de intercâmbio cultural de férias, de semanas, que não prejudica em nada o trabalho. “Uma boa alternativa é o programa TIP, que é imersão total na casa de uma família no exterior. O interessante é a possibilidade de viajar e ter companhia, ter onde ficar, com quem conversar e passear. Uma maneira de conhecer intensamente uma nova cultura”, explica a diretora.

Os valores dos pacotes variam. Na Master Intercâmbio, um para Toronto ou Vancouver, no Canadá, com aulas de inglês no período da manhã e três atividades à tarde por semana, com duração de 14 dias, custa 1.115 dólares canadenses. Já para Roma, com aulas de italiano e atividades culturais à tarde, o valor é de 955 euros. Quem tiver mais tempo disponível pode cogitar a possibilidade de fazer um intercâmbio para Nova Zelândia ou Austrália. Um combo de aulas e atividades em Londres sai por 440 libras esterlinas por semana e o aluno pode optar por ficar até quatro semanas na cidade. A cada semana, o estudante conta com três atividades diferentes.

Também o Green Intercâmbio, ligado à agência e operadora Green Tour, oferece opções de cursos de idiomas para maiores de 50 anos. São os chamados programas 50+ (Club 50+ Programme), oferecidos na Inglaterra, na bela e atraente cidade de Bournemouth, na costa Sul da Grã-Bretanha. “Mais e mais pessoas na casa dos 50, 60 e até acima dessa faixa têm optado por esse intercâmbio de curta duração, que é bem organizado e combinado com passeios e excursões”, diz a presidente do Green Group, Ana Maria Fulgêncio.

EXCURSÕES A escola normalmente oferece alojamento com famílias hospedeiras, selecionadas de modo que o aluno não se preocupe com problemas como refeições. Mas, se preferir um pouco mais de independência, o visitante pode ficar em hotéis ou guest houses recomendados. Os cursos têm duração de uma a quatro semanas, com direito a duas excursões e duas atividades culturais por semana. As aulas são realizadas em salas onde a idade mínima é de 50 anos. “As atividades em grupo são organizadas para melhorar a compreensão e a habilidade de comunicação, além de mostrar aspectos da vida e da cultura britânica”, completa Ana Fulgêncio. O custo é a partir de 655 libras esterlinas.

SERVIÇO


ONDE COMPRAR

• Master Intercâmbio
(31) 3330-3655
www.masterintercambio.com.br

• Green Intercâmbio
(31) 3311-8585


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