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Estado de Minas

Greve recorde da Air France afeta imagem da França


postado em 24/09/2014 17:39

A greve recorde dos pilotos da Air France é uma má notícia para a própria companhia aérea mas também para a imagem da França, já deteriorada pela estagnação da sua economia, segundo os analistas.

Nesta quarta-feira, a greve chegou ao seu décimo dia, apesar dos pedidos do governo por um acordo com os pilotos, que se opõem ao projeto da direção de expandir na Europa a filial baixo custo do grupo, a Transavia.

O contexto é de total confusão. O secretário de Estado francês dos Transportes, Alain Vidalies, afirmou nesta quarta-feira pela manhã a uma rádio do país que o projeto Transavia Europa havia sido "abandonado" pela direção da Air France, mas logo depois um porta-voz da companhia aérea disse que é "prematuro" afirmar isso.

"O pior não é a greve, mas a oposição de parte de uma categoria (de pilotos) a uma estratégia de desenvolvimento do grupo Air France", disse Olivier Passet, do escritório de estudos econômicos setoriais Xerfi.

"Este conflito ilustra o lado negativo do nosso país: um movimento corporativo volta a deixar uma empresa no vermelho", criticou Jean-François Pillard, vice-presidente da organização patronal francesa Medef. A greve tem custado à Air France entre 15 e 20 milhões de euros por dia. O Estado tem uma participação de 16% no capital do grupo.

Um país resistente a reformas

"Aos olhos dos investidores e de quem viaja à França a turismo, (a greve) não ajuda a restaurar a imagem de um país que tenta atrair investimentos", disse o representante da patronal. "No exterior já temos a imagem de um país que se nega a fazer reformas e, se a menor modernização da economia gera "um bloqueio tão forte, isso é preocupante para o futuro", reconhece o economista Marc Touati.

O presidente da companhia aérea irlandesa Ryanair, Michael O'Leary, recorreu à ironia ao afirmar que "com concorrentes assim não é difícil compreender por que a Ryanair é a companhia que cresce mais rápido na Europa".

A Air France, segunda maior companhia aérea europeia (atrás da alemã Lufthansa), quer abrir novas bases da Transavia na Europa desde 2015, com pilotos contratados localmente. Os pilotos em greve da Air France temem que o plano de expansão da Transavia na Europa seja acompanhado de um corte de empregos, à medida que a empresa aumentar suas bases fora da França e contratar pilotos em outros países e com outras condições trabalhistas.

O próprio primeiro-ministro francês, Manuel Valls, teve que voltar a intervir nesta quarta-feira no conflito da Air France, para tentar resolver a situação. "Se o abandono ou a prorrogação do projeto Transavia na Europa permitir uma solução para a crise, então será uma boa solução", afirmou Valls. "Mas é preciso agir rapidamente", pediu. Em meio à confusão sobre o futuro do projeto Transavia, a greve será mantida nesta quarta-feira nos aeroportos, causando o cancelamento de cerca da metade dos voos da companhia.


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