Tratoristas, operadores de máquinas, funcionários administrativos e cortadores de cana dividiam uma longa fila, na manhã desta terça-feira, 09, em frente à Usina Vista Alegre, na zona rural de Itapetininga, região de Sorocaba. O grupo com mais de cem pessoas esperava a vez de assinar os documentos de dispensa. A empresa informou que, em razão da estiagem, a safra será encerrada mais cedo e, com a queda na produção, não tem como manter o quadro de colaboradores.
Outras usinas do Estado de São Paulo também estão iniciando a entressafra mais cedo por causa da estiagem. Normalmente, as operações de colheita e moagem da cana seguem até o final de novembro. De acordo com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), a falta de chuvas prejudicou o desenvolvimento dos canaviais e aumentou o custo operacional das usinas. A safra deve fechar com queda de 20% a 25% na produção.
Estimativa do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) aponta quebra acumulada até agosto, pico da safra, de 16%. A Associação da Indústria de Cana do Centro-Sul do Brasil (Unica) estima que as usinas da principal região produtora do país encerrarão a moagem trinta dias mais cedo por causa da safra reduzida pela estiagem. Na região de Ribeirão Preto, seis usinas já pararam a produção.