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Estado de Minas

BH lidera ranking de geração de empregos; Contagem ocupa último lugar

Em nota, a prefeitura atribuiu o resultado - ou parte dele - à oportunidade de renda gerada na capital mineira pela Copa do Mundo


postado em 06/09/2014 06:00 / atualizado em 06/09/2014 07:22

Embora a economia de uma complete a da outra e suas divisas se confundam em vários bairros, as duas cidades mais populosas da Região Metropolitana de Belo Horizonte vivem situações opostas num tema que ganhou destaque entre os principais presidenciáveis ao longo dessa semana: a geração de empregos formais. Enquanto a capital, com 2,375 milhões de habitantes, lidera o ranking estadual de vagas abertas entre janeiro e julho deste ano (4.505 postos de trabalho); a vizinha Contagem, com 603,4 mil moradores, ocupa o último lugar (saldo negativo de 4.913).

Os dados foram levantados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O setor de serviços foi o que mais pesou na balança do saldo de empregos formais para ambos os municípios. Na capital mineira, por exemplo, as empresas que exploram esse mercado contrataram 193.384 pessoas no período e demitiram 187.746, o que gerou um saldo positivo de 5.638 vagas. Cerca de 80% do Produto Interno Bruto de BH, vale lembrar, se deve à dupla serviços e comércio.

“O desempenho do setor de serviços representa geração de empregos, valor e renda na economia do país. Nota-se no Brasil que a cada ano milhares de empresas de serviços são criadas e são essas pequenas e médias empresas que mais contribuem para a soma de todos os bens e serviços produzidos, respondendo por quase dois terços do PIB nacional (66,2% - IBGE 2012). Estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) preveem que a participação dos serviços no PIB do Brasil chegará a 82% em 2036”, disse o coordenador do MBA em Gestão de Serviços da FGV/Faculdade IBS, Luis Sá.

Já em Contagem, as empresas de serviços absorveram 25.317 mão de obra e dispensaram 29.791 homens e mulheres, o que resultou num número negativo de 4.474 postos. Em nota, a prefeitura atribuiu o resultado – ou parte dele – à oportunidade de renda gerada na capital mineira pela Copa do Mundo, realizada em junho e julho. Para a administração municipal, o saldo negativo trata-se de um “cenário temporário”.

“Devido a questões sazonais, o setor passou por uma queda no mês de junho, uma vez que apresenta alta taxa de rotatividade no emprego e, com a realização da Copa do Mundo, muitos profissionais optaram por trabalhos temporários com maior rentabilidade. Com isso, é importante deixar claro que esse é apenas um cenário temporário.” A prefeitura acrescenta que “o município conta com o maior número de vagas de trabalho per capita do país, com mais de 200 mil postos”.

Apesar de o setor de serviços ter gerado saldo negativo de vagas em Contagem, Luiz Anielo, de 38 anos, conseguiu emprego de auxiliar de almoxerifado na empresa A Geradora, especializada em aluguéis de geradores para grandes eventos e indústrias. “Eu morava no Rio de Janeiro e me mudei para cá. Planejo fazer um curso de mecânica a diesel para subir de cargo e, futuramente, cursar faculdade de engenharia.”

SETORES
A construção civil foi outro setor que percorreu caminhos opostos em Belo Horizonte e Contagem no acumulado dos sete primeiros meses do ano. Na capital mineira, o saldo de carteiras de trabalho assinadas foi de 3.479 registros. No município vizinho, o total de baixas (7.227) superou em 552 registros o de contratações (6.675) no mesmo intervalo.

Por sua vez, o setor de comércio não está tendo um ano positivo em nenhum dos dois municípios. Pelo menos no que diz respeito a geração de vagas: 3.925 postos fechados em BH e outros 152 em Contagem. Apesar do saldo negativo, o brasiliense Lauro Val, de 27, conseguiu uma vaga de coordenador comercial na Villa Café, especializada na produção, beneficiamento e comercialização de cafés especiais. A empresa, com duas fazendas em Carmo Cachoeira, no Sul de Minas, mantém escritório no Bairro Prado, onde Lauro trabalha. “Vim para BH para cursar faculdade de administração. Pretendo me formar e continuar na cidade”, deseja o rapaz, que foi contratado no início de julho.

CRISE Apesar de liderar o ranking estadual de saldo de empregos, Belo Horizonte ainda não se recuperou da crise internacional de 2008, quando ocorreu a quebra do banco americano Lehman Brothers. A derrocada é considerada o marco da atual recessão internacional. Em Belo Horizonte, o saldo de empregos está bem abaixo do apurado em 2008, quando foram abertas 58 mil vagas. Em 2010, houve um salto: 80,5 mil postos. De lá para cá, o indicador recuou, com 56,3 mil vagas abertas em 2011 e 39,4 mil postos gerados em 2012. No ano passado, o saldo ficou negativo em 2,4 mil. O total de registros ao longo de 2014 mostra que o indicador fechará no azul, mas bem abaixo do registrado no período anterior à recessão mundial.

Lados opostos


Belo Horizonte e Contagem viveram situações opostas também em 2013. No ano passado, a capital fechou o acumulado de janeiro a dezembro com saldo negativo de 2.424 postos de trabalho. Já o vizinho foi o que mais gerou vagas entre as 853 cidades de Minas Gerais: saldo positivo de 6.931 contratações. Boa parte dessa liderança se deve à indústria de transformação, um dos alicerces da economia da cidade. “Esse setor, mesmo num momento desfavorável das economias brasileira e mundial, apresentou crescimento de empregos na cidade, indo na contramão do cenário global. Esse é o principal setor para garantir o crescimento sustentável da economia contagense”, informou o município, em nota.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a indústria de transformação (metalurgia, segmentos alimentícios, veículos automotores e produtos derivados do petróleo) em Contagem contratou 15.050 pessoas entre janeiro e julho desse ano. No mesmo período, 14.773 profissionais foram demitidos, o que gerou um saldo positivo de 277 vagas. O resultado, embora pareça pequeno, é importante em razão da crise por qual atravessa a indústria como um todo.

O saldo de vagas na indústria de transformação de lá é bem melhor do que o apurado em Belo Horizonte na mesma base de comparação. Na capital, 18.815 pessoas foram contratadas e outras 19.312 dispensadas, o que resultou num saldo negativo de 497 vagas.


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