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Estado de Minas

Asfalto mantém lucro o ano inteiro em Monte Verde


postado em 04/08/2014 00:12 / atualizado em 04/08/2014 07:10

Em Monte Verde, quem não trabalha com carteira assinada também ganha com os turistas ou pessoas que têm casa de campo no local. Itamar Leôncio Cardoso, por exemplo, vende sacos de lenha a R$ 5, na beira da estrada. O negócio rende cerca de R$ 700 por fim de semana, dinheiro que ajuda a manter a casa. Outro morador do distrito que aproveita da demanda do turismo é Nadir da Silva, que aluga cavalos para passeios por R$ 20 a hora. “Em um fim de semana em que a vila está cheia, consigo tirar cerca de R$ 300, dinheiro que dá para ajudar nas despesas da casa e tratar dos animais”, conta o homem, cuja esposa trabalha como camareira em um hotel. O casal tem dois filhos.


O fabricante de geleia artesanal Arnis Renats, de 79 anos, também confirma o incremento do turismo depois de a estrada ser asfaltada. Segundo ele, sua produção e venda mais que dobrou nos últimos dois anos, com a chegada de mais turistas. “Eu fazia cerca de 20 potinhos por dia. Agora, faço 60. Antes, as frutas eram todas colhidas na minha horta, mas, com a demanda aumentada, tenho que mandar trazer de Jundiaí, São Paulo”, diz, feliz. Ainda de acordo com ele, os potes de geleia são vendidos a R$ 20 e chega a faltar mercadoria em fins de semana de movimento intenso na cidade. “Eu não dou conta de fazer mais que isso. Se eu pudesse, faria. Complementaria ainda mais a nossa renda. É uma ajuda e tanto”, completa.


A mola propulsora do turismo em Monte Verde foi o asfaltamento dos 40 quilometros de estrada da serra entre Camanducaia e o distrito. Segundo moradores da região, a obra demorou anos para sair do papel e foi finalizada em 2011. “Antes, a gente tinha alta e baixa temporadas, agora temos alta e média. Nosso movimento aumentou muito depois disso. As pessoas aparecem de janeiro a janeiro, principalmente nos fins de semana”, afirma a Naira Kemps Oshin, de 79 anos, moradora de Monte Verde. Segundo ela, as vendas na loja em que comercializa o artesanato da própria família aumentaram cerca de 50% nos últimos dois anos. “Num bom fim de semana, a gente chega a vender R$ 600. Antes disso, nos meses de verão, passávamos sem vender uma peça. Ninguém aparecia na cidade, principalmente no período chuvoso”, lembra.

DUAS RODAS Prova disso é o grupo de 10 motociclistas de Sorocaba que estava no distrito no último fim de semana. Eles chegaram na sexta-feira e permaneceram até domingo, gastando, em média, R$ 2,5 mil por casal. Um dos integrantes do grupo, Valter Guasti, afirma que o asfalto propiciou mais passeios a Monte Verde, que substitui uma outra opção de turismo de inverno: Campos do Jordão (SP). “Antes, eu vinha de carro, geralmente com a minha mulher. Agora, com a estrada asfaltada, podemos vir de moto e em grupo. É muito mais animado, sem contar que é uma a opção de destino turístico de inverno mais barata que Campos do Jordão”, afirma ele, que visita Monte Verde cerca de três vezes ao ano desde o asfaltamento da estrada.
O casal Eduardo e Cristiane Mello, de São Paulo, frequenta Monte Verde há 20 anos. No último fim de semana, eles estavam no distrito acompanhados das filhas, Mariana e Amanda, e despejaram cerca de R$ 3 mil na economia local. “Somos encantados com esse lugar e viemos sempre que podemos. Depois que asfaltaram a estrada, ficou ainda mais fácil. É lindo, e sem os exageros de Campos do Jordão”, afirma Cristiane. (FM)


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