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Estado de Minas DISPUTA ACABA DESEQUILIBRADA

Negócios fora da área de interesse e de concentração dos turistas têm impacto negativo nos dias de jogos

Em razão dos dias de jogos, sobretudo os da Seleção Brasileira, o varejo e a indústria calculam perder, juntos, mais de R$ 30 bilhões ao longo dos 31 dias do evento


postado em 06/07/2014 06:00 / atualizado em 06/07/2014 07:31

Zulmira Furbino
e Marinella Castro


Gerente do Serrana Palace, Jaílton Costa destaca boa ocupação nas datas das partidas e baixa em outros períodos(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Gerente do Serrana Palace, Jaílton Costa destaca boa ocupação nas datas das partidas e baixa em outros períodos (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A Savassi, tradicional ponto comercial da capital que se tornou uma das regiões mais frequentada de Belo Horizonte durante os jogos do Mundial, também lamenta as perdas. “Por aqui, a Copa só foi positiva para um pequeno número de bares e restaurantes, que faturaram com o grande movimento de turistas e torcedores”, sustenta Maria Auxiliadora de Souza, presidente da Associação dos Lojistas da Savassi. No geral, diz ela, os clientes sumiram e os 2 mil pontos comerciais foram prejudicados, fechando no vermelho. “Estimamos queda de 30% nas vendas.”

Em razão dos dias de jogos, sobretudo os da Seleção Brasileira, o varejo e a indústria calculam perder, juntos, mais de R$ 30 bilhões ao longo dos 31 dias do evento. “A cada feriado nacional, a lucratividade é corroída em 9,2% ou R$ 2,7 bilhões, em comparação com um dia comum”, calcula o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves Fernandes, a perda de dias úteis afetou as indústrias  de modo desigual.

Segundo ele, para uma série de setores da indústria a produção poderá não cair, mas o mesmo não acontecerá com o faturamento. Já se sabe, porém, que fabricantes de bens duráveis como a indústria automobilística, que já vinha registrando queda nas vendas, sofreram mais. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o Mundial deve gerar perdas de vendas equivalentes a um mês entre junho e julho. “Imaginávamos que a Copa iria afetar o mercado, mas não tão tragicamente. Até jogos de seleções mais fracas foram motivo para se ficar em frente da televisão”, observou Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave.

Expectativa
”O bom do mês de junho é que ele acabou”, diz, aliviado, o gerente de vendas da concessionária Líder, Alexandre Peixoto. O fluxo de clientes durante a Copa chegou a cair 30% e em 14 anos de atuação no setor ele acredita que esse foi o junho mais fraco que presenciou. Confiante, Alexandre já aposta na recuperação dos negócios. “Somente nos quatro primeiros dias de julho, já tivemos um fluxo de clientes 50% acima do esperado”, justifica. Ele acredita que a isenção do IPI, a reação da indústria automobilística e as campanhas agressivas da marca que representa vão alavancar o segmento nesse segundo semestre.

No Serrana Palace Hotel, o gerente-geral, Jailson Costa, afirma que a ocupação de cerca de 90% registrada por hotéis de Belo Horizonte nos dias de jogos na capital não é vantajosa, porque se concentra somente naquelas datas. “Em junho, registramos índice de ocupação de 35%, uma das menores dos últimos 20 anos”, sustenta. “Nossos clientes habituais não estão viajando e as pessoas não estão fazendo negócios durante a Copa. Nos dias sem jogos, a demanda é sofrível. Por isso, nossa diária aumenta 100% quando tem partida de futebol no Mineirão”, explica. Só não haverá perda de faturamento porque as vendas nos oito dias nos quais a lotação foi completa equivalem à receita de quase um mês. “Mesmo assim, os insumos ficaram mais caros e tivemos de contratar pessoal”, diz.

Poucas corridas
O Sindicato dosTaxistas de Minas Gerais (Sincavir), que projetava alta de 40% no movimento durante o Mundial, também foi
surpreendido pela baixa demanda. “Durante os dias de jogos, registramos um crescimento leve, de 10%, no número de viagens. No geral, o junho fechou no zero a zero, sem crescimento nem queda”, diz Avelino Moreira, diretor-secretário do sindicato. Vicente Mairink, diretor-presidente da cooperativa de táxi Coopertramo, classificou junho como um mês “péssimo”
para o segmento, com queda de 50% no número de viagens. Com 180 associados, a cooperativao ferece serviços em táxis de cor azul com o preço da corrida pré-estabelecido na GrandeBH. “Foram disponibilizados no aeroporto ônibus a R$10 direto para o Mineirão, o que reduziu muito a procura por táxi”, avalia Mairink.


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