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Estado de Minas

Mercado aposta no freio dos juros


postado em 27/05/2014 07:29

A inflação voltou a preocupar analistas de mercado financeiro, que elevaram de 6,43% para 6,47% a expectativa da alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014. A revisão ocorre justamente na semana em que o Banco Central deverá anunciar uma pausa na escalada dos juros básicos da economia, que sobem sem parar desde abril de 2013. O freio na escalada é esperado por causa da desaceleração da atividade econômica no início do ano.

O consenso dos analistas de bancos e corretoras é que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a taxa Selic em 11% ao ano na reunião que começa hoje e que se encerra amanhã. Os mesmos analistas acreditam também que, tão logo haja desfecho das eleições presidenciais de outubro, o BC voltará à carga dos juros, numa tentativa de retomar a confiança junto ao setor privado e, com isso, jogar as expectativas de inflação para baixo.

Técnicos da equipe econômica reconhecem que uma das grandes dificuldades de conter a escalada dos preços é, justamente, convencer empresários e o mercado financeiro de que o Banco Central não jogou a tolha na tarefa de controlar a inflação. Mas garantir que esse discurso seja assimilado pelo setor privado não tem sido fácil.

Faz quatro anos consecutivos que o IPCA, considerado a referência para o custo de vida no país, ultrapassa o centro da meta perseguida pelo governo, de 4,5% ao ano. Durante os três anos do governo Dilma Rousseff, em nenhum momento a inflação esteve dentro do alvo. Na verdade, a menor taxa obtida foi 4,92%, alcançada em julho de 2012.

Não por acaso, em abril de 2013 o BC colocou em prática um pesado ajuste na taxa Selic. Durante um ano, os juros básicos subiram 3,75 pontos percentuais, saindo da mínima histórica, 7,25% ao ano, para o patamar atual de 11% – uma taxa ainda mais elevada do que aquela que Dilma recebeu do ex-presidente Lula em janeiro de 2011, de 10,75%.

Desaquecimento

A falta de reação da inflação, que continuou elevada desde então, deverá levar o BC a promover novos ajustes na taxa de juros, mas apenas após o pleito de outubro. Apesar de apostar na manutenção da Selic na reunião desta semana, o mercado espera que a autoridade monetária promova pelo menos mais uma elevação de 0,25 ponto percentual na Selic em 2014, levando a taxa para 11,25% ao ano.

Essa estratégia, acreditam os analistas ouvidos pelo BC na pesquisa semanal Focus, seria mantida no ano que vem, mas em ritmo menor. Até semana passada, o mercado projetava pelo menos quatro novas elevações de 0,25 ponto nos juros básicos da economia em 2015. Mas, diante da falta de reação da economia, que tem dado sinais cada vez mais claros de enfraquecimento, as apostas caíram para apenas três novas altas, fazendo com que a Selic encerrasse 2015 em 12% ao ano, e não mais em 12,25%, como previsto semana passada. Na avaliação do economista Flávio Combat, da corretora Concórdia, o novo ciclo de aperto nos juros ano que vem tem como objetivo controlar a pressão inflacionária que foi represada em 2014.


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