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Estado de Minas

Oferta e demanda do mercado imobiliário estão mais equilibradas

Pesquisa aponta que, apesar de avanço num ritmo menor, setor está otimista e aposta em crescimento sustentável


postado em 07/02/2014 06:00 / atualizado em 07/02/2014 07:29

Embora a sensação seja de desaquecimento no mercado imobiliário, principalmente depois do boom registrado entre 2010 e 2011, as perspectivas sobre o comportamento do setor são positivas em 2014. É o que aponta pesquisa inédita realizada pela Geoimovel, empresa que mapeou cerca de 80% dos lançamentos imobiliários na capital mineira, em parceria com a Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). Mesmo com diminuição no número de lançamentos de apartamentos, que passaram de 5.157 em 2012 para 2.933 em 2013, houve equilíbrio entre oferta e demanda e também nos preços. Do total lançado no ano passado, 55% foram comercializados e 45% permaneceram em estoque.

Com base em estudos realizados em outras capitais brasileiras, que apontaram queda no volume de lançamentos, o diretor técnico da Geoimovel, Marcelo Molari, ressalta os dados de Belo Horizonte. A capital mineira, além de retração no número de lançamentos, apresentou queda de 20% no valor geral de venda (VGV) no ano passado em relação a 2012. Contudo, a situação percebida em BH foi menos desfavorável do que em Boa Vista, onde nenhum lançamento foi registrado no período de 2012/2013, em Curitiba (queda de 45%) e em Salvador (recuo de 41%). “Enquanto Curitiba e Salvador precisariam de dois a três anos para vender todos os seus estoques, Belo Horizonte venderia seu estoque, se não lançasse mais nada, em 16 meses”, explicou.


Para o presidente da CMI/Secovi-MG, Evandro Negrão de Lima Júnior, a relativa estabilidade na absorção dos lançamentos, de 2012 em diante, indica um equilíbrio no mercado e afasta as especulações de bolha. “O preço médio do imóvel subiu pouco mais que a inflação e isso indica sustentabilidade”, garante. Ainda de acordo com ele, o setor não sofre com os impactos da instabilidade econômica. “Estamos falando de R$ 100 bilhões em crédito por ano e saindo de uma faixa de 2% a 3% do PIB (Produto Interno Bruto), chegando a 8%. No Chile, esse total chega a 25%. Ou seja, ainda temos muita capacidade para crescer”, explica.

Segundo Lima Júnior, os juros para financiamento são competitivos, mesmo com o aumento da Selic, que está em 10,5% ao ano. “No cenário macro, a Selic não impacta tanto no financiamento, já que a longo prazo os juros de financiamento não aumentaram e as pessoas conseguem taxas entre 4% e 11% ao ano”, comenta. Outro fator positivo para o mercado imobiliário, aponta o empresário, é a taxa de desemprego baixa, em 4,6%. “O nosso mercado não vai bem se o país for mal. Se temos crédito, juros e emprego pleno, o setor funciona e não temos motivos para não sermos otimistas”, comenta. As análises, segundo ele, apontam momento de estabilização no mercado. “Agora ele não cresce 15% todo ano, ele cresce num ritmo menor, mas sustentável”, reforça.

A arquiteta Cláudia Bocchile, da Geoimovel, que também participou da elaboração do estudo, explica que desde 2010 Belo Horizonte registra mais lançamentos que vendas e, com isso, tem mais estoque residual de imóveis a ser trabalhado, principalmente em unidades que estão perto de ser entregues. Ainda de acordo com ela, os estoques de lançamento da época do boom são pequenos, porém altos em relação aos números absolutos. “Geralmente nos anos anteriores os estoques eram de 5% a 15%, que são valores normais, mas agora, com mercado menor, acaba sendo um percentual significativo”, pondera.

Do estoque total, de 4.353 imóveis, 54% dos que não foram vendidos são de dormitórios três quartos, ou seja, 2.362 unidades, considerando um universo a partir de lançamentos de 2010. Já o segmento de quatro quartos, que tem velocidade mais lenta de vendas, por atingir um percentual menor da população, possui 17% do estoque disponível, ou seja, 718 unidades. Ainda de acordo com a pesquisa, o estoque contempla principalmente aqueles apartamentos na faixa entre R$ 301 mil e  R$ 500 mil, com 464 unidades, seguidos pelas 393 unidades de R$ 501 mil a R$ 1 milhão. Os apartamentos de R$ 200 mil a R$ 300 mil são minoria, cerca de 200.

Migração

Diante desse cenário de escassez de terrenos em Belo Horizonte e redução de oferta de apartamentos por conta de estoques elevados, a tendência tem sido de migração das incorporadoras para a Grande BH, principalmente Contagem e Betim. “Depois dos vários lançamentos em Nova Lima, os olhos estão voltados para essas outras cidades”, garante Cláudia Bocchile. Em 2012 foram 450 lançamentos residenciais em Nova Lima, ante 5.294 em Betim e Contagem. No ano passado, foram lançados em Nova Lima 756 imóveis residenciais e 235 comerciais. Do total de 991 unidades, 652 foram vendidas e 339 mantidas em estoque.

 


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