Petróleo fecha em alta em Nova York a US$94,60 o barril

Os preços dos contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira em Nova York, estimulados por boas cifras do emprego nos EUA e por novas incertezas sobre Irã. O barril de "light sweet crude" (WTI) para entrega em dezembro avançou 40 centavos a US$94,60 ao fechamento.

Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para mesma entrega fechou em US$105,12 no Intercontinental Exchange (ICE), em alta de US$1,66 com relação ao fechamento de quinta-feira. A taxa de desemprego nos Estados Unidos aumentou levemente em outubro, 0,1 ponto a 7,3%, mas foram criados mais empregos que o previsto, apesar da paralisia orçamentária que levou ao fechamento de serviços públicos em outubro: 204.000, quando os analistas esperavam 100.000 postos.

A boa notícia foi recebida com prudência pelos investidores pois teve efeitos contraditórios nas cotações. "Os dados mais sólidos significam que a economia se fortalece", sempre um bom sinal para a demanda energética nos Estados Unidos, primeiro consumidor mundial de petróleo, lembrou Tim Evans, da Citi.

Contudo, também geraram "o temor de que o Fed (banco central norte-americano) decida cortar seu apoio ao crescimento mais que o previsto", acrescentou. Esta perspectiva implica uma recuperação da força da divisa norte-americana, o que geralmente tende a frear o entusiasmo pelo WTI, vendido em dólares, entre os investidores com outras moedas.

Ao mesmo tempo, os atores do mercado acompanharam de perto as discussões em curso em Genebra entre os representantes de Teerã e as potências internacionais sobre o programa nuclear iraniano. "No começo do dia, pensávamos que um acordo preliminar com Irã, que abriria potencialmente o caminho a um acordo mais amplo, seria alcançado. Parecia que ainda não encontraram um terreno comum", sustentou Michael Lynch, de Strategic Energy and Economic Research.

O chefe da diplomacia norte-americana John Kerry e seu homólogo francês, alemão e britânico chegaram nesta sexta-feira a Genebra para participar nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, acrescentando as expectativas sobre um possível acordo com Teerã.

Se um acordo for alcançado, segundo vários analistas, poderia gerar a entrada de um milhão de barris de petróleo adicionais ao mercado mundial, já bem sortido, mas faria as cotações ainda mais sensíveis a qualquer sobressalto político no Oriente Médio.