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Estado de Minas

Inflação menor só na cartilha oficial

Na contramão das previsões dos analistas, Banco Central prevê cenário favorável de preços ao consumidor em 2013


postado em 18/12/2012 06:00 / atualizado em 18/12/2012 06:42

Otimista com 2013, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, traçou um quadro favorável para o Brasil. Nem a piora nas previsões do mercado para o próximo ano foram capazes de tirar a confiança da autoridade monetária na economia. “O Brasil vai muito bem, obrigado”, disse durante um café da manhã com jornalistas realizado ontem. Segundo ele, o próprio cenário internacional apresentou melhoras em várias dimensões. Tombini, porém, admitiu que, ainda assim, o crescimento mundial tem ocorrido abaixo do verificado em anos anteriores, mas garantiu: o Brasil tem todas as condições de retomar uma trajetória de crescimento mais forte do ponto de vista da estabilidade monetária e financeira”.

A fala de Tombini repercutiu em um dia em que as previsões no relatório Focus, uma publicação semanal na qual o BC reúne as expectativas dos principais analistas do país, mostravam uma nova piora. Depois de um tombo nesses indicadores na semana passada, o mercado, no documento de ontem, continuou a ajustar para baixo a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) – o conjunto da geração de riqueza no país – deste ano e de 2013. Ao mesmo tempo, elevou a inflação acumulada até o final de 2012 e também a do próximo ano.

Os especialistas, agora, esperam um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,60% para 2012 e de 5,42% para 2013 — 0,2 ponto percentual maior que na semana passada. Para o PIB, as projeções são de 1% para este ano e de 3,40% para o próximo. Apesar do otimismo de Tombini, O BC ainda não apresentou suas novas previsões para a economia, dados que serão divulgados apenas no Relatório Trimestral de Inflação, nesta quinta-feira.

A perspectiva é de que as projeções do BC também passem por uma piora. O presidente do BC, no entanto, garantiu que a inflação de 2013 será menor do que a deste ano devido à moderação dos salários e do crescimento do crédito em ritmo mais lento, além de um cenário internacional de preços mais moderados. “Não há um cenário inflacionário vindo do exterior”, disse. Ao ouvirem que a autoridade monetária espera inflação no ano que vem menor do que em 2012, os operadores entenderam que deverá ser mantida a taxa básica de juros da economia, a Selic, inalterada em 7,25% ao ano, como vêm indicando documentos e declarações recentes. Em seu relatório trimestral de inflação, divulgado em setembro, o BC estimava uma alta de 5,2% neste ano, ante 4,9% em 2013.

Tombini e outros diretores da instituição receberam ontem jornalistas para um café da manhã no Museu de Valores do BC, que completa 40 anos. Ao fazer um balanço sobre o ano, Tombini lembrou que algumas medidas econômicas tomadas pelo governo, sem especificar quais, ainda não causaram impacto nos preços. "As medidas tomadas terão repercussão direta sobre a inflação nos próximos meses", disse. Em agosto do ano passado, o presidente do BC surpreendeu ao cortar os juros antevendo a piora do cenário internacional.

O BC espera crescimento de 1,6% neste ano e expansão de 3,3% nos 12 meses que terminam no segundo trimestre do ano que vem. Eventuais revisões dos dados serão apresentadas nesta quinta-feira, no novo relatório de inflação. A previsão do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2012 recuou de 1,03% para 1%. É a quinta revisão consecutiva. (Com agências)


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