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Estado de Minas

Governo americano reconhece exclusividade do Brasil na fabricação da cachaça

EUA abrem as portas para as marcas mineiras, que respondem por 60% da produção nacional. Produtores celebram


postado em 10/04/2012 06:00 / atualizado em 10/04/2012 07:34


Cachaças no Mercado Municipal de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais (foto: Mario Castello/Esp. EM/D.A Press)
Cachaças no Mercado Municipal de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais (foto: Mario Castello/Esp. EM/D.A Press)

Depois de uma negociação que se arrasta há 40 anos, os Estados Unidos começaram, nessa segunda-feira, o trâmite para reconhecer a cachaça como bebida genuinamente brasileira, deixando eufóricos os produtores mineiros, que respondem por cerca de 60% da fabricação nacional. A primeira vantagem é a redução da carga tributária, que pode chegar, segundo estimativa do presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), César Rosa, a aproximadamente 40%. Outro benefício: apenas a aguardente nacional poderá ser vendida na terra do Tio Sam sob o rótulo “cachaça”. “Ficaremos numa posição privilegiada no maior mercado consumidor do mundo”, avaliou o executivo, também diretor da marca Velho Barreiro.

O processo de reconhecimento ocorreu ontem em Washington, com a troca de cartas assinadas pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o representante de Comércio dos Estados Unidos, Ron Kirk. No acordo, ficou acertada a contrapartida do governo Dilma Rousseff: reconhecer os uísques tipo Bourbon e Tennessee como destilados legitimamente americanos. As novas regras favoráveis à aguardente devem entrar em vigor, conforme acredita o presidente do Ibrac, que enviou um representante a Washington, em até quatro meses.

Em 2011, as exportações de cachaça brasileira somaram US$ 17,3 milhões para todo o mundo. Desse total, os americanos compraram US$ 1,8 milhão. O Ibrac ainda não projetou qual será o aumento de volume da bebida enviado aos Estados Unidos. A Associação Mineira de Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq), primeira do gênero no país, também não. Mas a euforia entre os diretores das duas entidades é grande, pois a branquinha nacional não virá mais com o rótulo Brazilian Rum (rum brasileiro). “Isso vai acabar, beneficiando os produtores mineiros”, comemora o presidente da Ampaq, Alexandre Wagner da Silva, dono da marca Água na Bica.

Ele observa que na Alemanha a cachaça é um produto com identidade própria, enquanto nos Estados Unidos ainda é confundida com o rum. Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que a Alemanha é o principal destino das exportações brasileiras de cachaça que, no ano passado, a Alemanha respondeu por 19% do valor exportado e por 29% do volume embarcado no ano passado. Os Estados Unidos ocupam a segunda posição, com 11% do valor e 6% do volume. Em terceiro ficou Portugal, com 10% do valor e 8% do volume.

Potencial
O dirigente da associação mineira lembra que um ponto importante a ser destacado é que as exportações de cachaça correspondem a menos de 1% da produção nacional, estimada em 1,3 bilhão de litros por ano, somando a produção industrial com a artesanal. Segundo ele, somente a produção dos alambiques soma 400 milhões de litros, distribuídos por 30 mil fabricantes.

Alexandre Silva diz que Minas responde por 60% da produção nacional de cachaça, num total de 240 milhões de litros, e emprega cerca de 45 mil pessoas. A decisão do governo americano, aliada a outros fatores – como altos investimentos nesse mercado –, deve aumentar a produção mineira artesanal em 10% na comparação entre este ano e 2011. (Com agências)


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