O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse neste domingo que a Grécia é incapaz de pagar sua dívida e que os credores terão que se conformar com perdas no débito que possuem.
"Os governos não resolveram o problema e eles apenas adiaram tudo, por isso a bola de neve cresce", afirmou o ex-chefe do FMI em seus primeiros comentários após ter renunciado ao cargo.
Strauss-Kahn fez as declarações no momento em que os governos da zona do euro aumentam a pressão sobre o governo grego para que Atenas tome medidas mais decisivas para cumprir metas fiscais, após meses de visitas dos inspetores internacionais à Grécia terem sido interrompidas abruptamente no começo deste mês, quando parecia que o país ultrapassaria o déficit do orçamento para este ano.
Analistas e agências de rating, como a Moody's, disseram recentemente que a dívida do governo grego é insustentável e que a probabilidade de um corte - uma redução no principal da dívida detida pelos credores - para os bônus da Grécia está aumentando. Governos europeus e funcionários do Banco Central Europeu (BCE) têm descartado essa possibilidade.
Em outros comentários, Strauss-Kahn lamentou o incidente que ocorreu em quarto do Sofitel de Nova York em maio, quando ele foi acusado de tentar estuprar uma camareira. Ele afirmou que o incidente não envolveu nenhuma violência e nem nada ilegal, embora tenha reconhecido que foi um "deslize moral". Strauss-Kahn foi inocentado de todas as acusações no final de agosto, após ter deixado seu cargo no FMI. Strauss-Kahn disse que não participará das eleições presidenciais francesas em 2012 o que era sua intenção antes do incidente em Nova York. "Eu perdi meu encontro com o povo francês", ele disse.
