(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Aguardentes de Minas terão papel importante para fomentar mercado nacional

Foco do Sebrae é o pequeno produtor


postado em 11/09/2011 07:22

Exemplares do Museu da Cachaça, na Fazenda Vale Verde: marca é uma das que lideram o ranking internacional de qualidade artesanal (foto: Elderth Theza /Divulgacao )
Exemplares do Museu da Cachaça, na Fazenda Vale Verde: marca é uma das que lideram o ranking internacional de qualidade artesanal (foto: Elderth Theza /Divulgacao )
A cachaça produzida em Minas terá destaque em evento para incentivar o mercado da bebida mais popular do país, promovido pelo Sebrae, essa semana, na capital federal. Das 33 marcas da branquinha que vão a Brasília para rodadas de negócios com distribuidores locais, 14 “falam uai”. A ampliação do mercado para pequenos produtores é um dos principais focos, segundo o gerente de atendimento coletivo de agronegócios do Sebrae, Ênio Queijada: “A busca por qualidade é caminho sem volta. Os alambiques menores devem estar também preparados para aumentar a competitividade”.

Danadas mineiras como a Vale Verde, produzida em Betim, na Grande BH, encabeçam rankings internacionais de qualidade na produção artesanal. A diversificação do portifólio de produtos é tão produtiva quanto a proliferação de apelidinhos e sinônimos para a caninha. “Inovar processos e surpreender são práticas que nem sempre são comuns com pequenos produtores. Casos assim tendem a se destacar neste mercado, que é cada vez mais competitivo”, sugere Sílvia Pinheiro, coordenadora da carteira de cachaça do Sebrae.

Ela explica que a ideia é mostrar, justamente, que o setor produtivo da venenosa tem papel considerável na economia nacional. Segundo dados do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), há mais de 40 mil produtores da bebida no país. Destes, 99% são donos de negócios de micro e pequeno porte. Diante dessa representatividade dos pequenos negócios, o Sebrae desenvolve projetos voltados ao setor em 11 estados.

Um dos focos é o acesso a mercados e o apoio à certificação por meio do programa Bônus Certificação, que subsidia até 50% dos custos desse processo para micro e pequenas empresas do setor, inseridas em Arranjos Produtivos Locais (APL) ou em ações coletivas desenvolvidas nas unidades estaduais.

ALÉM DAS MONTANHAS O Ibrac tem realizado campanha para incentivar os produtores a realizar registros no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a seguir a legislação vigente e as normas de boas práticas de fabricação e possuir selo de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) afixado na garrafa. “A ideia é que a cachaça seja apreciada, com moderação, como bebida fina, a exemplo do vinho e do uísque. O consumo de uma cachaça que não possui os registros nos órgãos competentes pode ser prejudicial à saúde”, diz o presidente do Ibrac, Cesar Rosa.

Certificar-se foi o primeiro passo para que as aguardentes produzidas por Jaqueline Calvo no alambique Dedo de Prosa pudessem ir além das montanhas de Piranguinho, no Sul do estado. Hoje, ela exporta para os Estados Unidos, Canadá e já está com o negócio fechado para que, no próximo mês, os coreanos saboreiem a venenosa do Sul de Minas. O sonho motivacional de vários consultores de RH já nasceu pronto no business de Jaqueline: “Sou mais do que apaixonada por cachaça”.

Os americanos são objetivo de outra microprodutora mineira: Daniela Vilaça, dona das marcas Prosa e Viola e Terra de Minas, produzidas na Fazenda Alvorada, em Morro da Garça, na Região Central de Minas. As bebidas apresentam cores e características exclusivas, resultado da diferença dos anos de envelhecimento e condições de produção. Em 2007, suas duas marcas foram as primeiras do estado a adquirir a Certificação de Qualidade do Inmetro. “Antes da certificação, tínhamos dificuldade de provar ao cliente a qualidade do produto. A conquista deu mais credibilidade às recentes marcas no mercado”, destaca Daniela. SAIBA MAIS cura-tudo, levanta-velho... Pinga, capote de pobre, chora-menina...Pesquisa breve no Google leva a mais de 700 sinônimos para a bebida cuja história no Brasil está ligada ao início da colonização e às atividades econômicas do país, com o setor açucareiro. Os egípcios, contudo, já rascunhavam nas paredes técnicas de fermentação. Gregos e alquimistas também se arriscaram na aguardente. A genuína brasileirinha, entretanto, remonta ao berço da colônia, dos meados do século 16 até metade do século 17, quando as "casas de cozer méis" se multiplicam nos engenhos. A branquinha foi moeda corrente para compra de escravos na África. Séculos depois, as garrafas de cachaça ganharam status e a bebida se tornou digna de paladares exigentes.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)