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Estado de Minas

Procura-se vendedor

Lojistas têm dificuldade de preencher vagas pela baixa qualificação dos candidatos e situação tende piorar com o início do período de contratação de temporários no varejo


postado em 04/09/2011 07:27 / atualizado em 04/09/2011 15:08

Adriana Carvalho pôde escolher, entre três vagas, a que mais lhe agradava(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press.)
Adriana Carvalho pôde escolher, entre três vagas, a que mais lhe agradava (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press.)
Importante mola da economia de Belo Horizonte, o comércio enfrenta uma grande dificuldade: faltam vendedores qualificados no mercado. O problema, que atinge tanto as lojas de shoppings quanto as de rua, se agravará nas próximas semanas, quando os empresários precisam abrir vagas temporárias para atender o aumento da demanda em razão das festas de fim de ano. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) estima que cerca de 30% dos 6 mil postos temporários não tenham sido preenchidos em 2010. Em 2011, comerciantes acreditam que, pelo andar da carruagem, o percentual pode ser maior. Mas há quem lucre com o déficit: o bom profissional, cujo passe está valorizado, pode escolher em qual estabelecimento trabalhar.

O déficit de vendedores qualificados obriga empresas a manter na vitrine, por meses, cartazes com a tradicional frase “Precisa-se de vendedores”. O piso da categoria é relativamente baixo (R$ 658), mas a remuneração pode subir bastante devido às comissões, cujo percentual varia de acordo com a mercadoria. “Há vendedores e vendedores. Há quem ganhe bem e quem não ganhe bem”, diz Vicente Diniz, vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana. A falta de mão de obra qualificada levou empresários a apelar para pessoas sem traquejo para lidar com o público. Muitos se deram mal e precisaram demitir os recém-contratados.

Talvez por isso o número de demissões no setor, em julho, foi maior do que o de contratados, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No mês, a pasta registrou em BH 9.178 demissões e 8.799 contratações – o dado leva em conta todas as funções do comércio, como vendedor, estoquista, caixa etc. De qualquer forma, a planilha chama a atenção, pois apesar das medidas adotadas pelo governo para frear o crédito, o consumo anda em alta na cidade. Para se ter ideia, o volume de vendas no comércio local subiu 6,6% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e igual intervalo de 2010, de acordo com a CDL.

É bom frisar que, quando levados em conta os últimos 12 meses, o setor contratou 9,7 mil pessoas a mais do que o total de demissões – esse dado também se refere a todas as funções do comércio. O número poderia ser bem maior, caso as vagas em aberto para vendedores, à espera de ocupantes há meses, fossem preenchidas. Uma delas está na tradicional Galeria Ouvidor, no Centro da capital, onde “seu” Wilson Melo, dono da Wilson Jeans, fundada há 36 anos, colocou um cartaz na vitrine no início do ano.

FINO TRATO


Apesar de sua loja ser especializada em moda masculina, ele precisou contratar mulheres porque não encontra homens com o perfil exigido para o mercado de camisaria e calças. “Garantimos tudo que a lei (trabalhista) determina e coisas a mais. Um bom profissional eleva a venda da empresa em que trabalha.” O empresário conta que, às vezes, telefona para sua irmã, supervisora de uma grande rede na cidade, com um pedido pouco usual: “Falo com ela para me indicar alguém que não tenha dado certo lá, pois pode se dar bem aqui. Mesmo assim…”.

Perto dali, na Praça Sete, onde funciona uma das unidades do Magazine Rex, a coordenadora Sabrina Ferreira conta que levou quase seis meses para “montar a atual equipe” de vendedores. “Não está fácil conseguir mão de obra qualificada.” A situação é a mesma em lojas de shoppings. No 5ª Avenida, na Savassi, a empresária Denise Valentim, dona da Lumini, especializada em artigos para presentes, tenta contratar uma ajudante há cinco meses.
“Ofereço R$ 700, comissão de 2%, vale-transporte e ajuda na alimentação. Até aparecem candidatas, porém não tive como ficar com elas. A gente tenta ajudar, dando oportunidades, mas está difícil. Houve uma moça, por exemplo, que mascava chicletes o tempo todo. Como pode atender um cliente? Outra saía da loja toda hora para fumar”, lamentou.

Falta de profissionais aumenta rotatividade

O déficit de mão de obra qualificada no varejo de Belo Horizonte beneficia os bons profissionais, que passaram a ser mais disputados pelas empresas. Muitos vendedores trocaram de serviço nos últimos meses, ávidos por estabelecimentos que oferecem grande leque de vantagens, como comissões melhores, mercadorias com maior aceitação pelo público e excelente ambiente de trabalho.

“É a lei da oferta e da procura. Continua elevado o número de vagas e dá opção para que o bom profissional escolha (onde trabalhar)”, reforça o economista Fernando Sasso, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH). Pois Adriana Carvalho, de 30 anos, que atua no ramo desde 2007, se beneficiou com a falta de mão de obra experiente no comércio da capital.
“Fui chamada por três lojas e optei por esta, que me proporciona oportunidade de crescimento. Também pelo ambiente de trabalho, que é ótimo”, justificou a vendedora da loja Spirallis, especializada em moda feminina e que funciona no 5ª Avenida.

O vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana, Vicente Diniz, defende que o poder público invista mais em preparação e reciclagem de profissionais do setor. “O governo deve prestar atenção nessa questão e investir mais em treinamento profissional. Emprego há. E muito. O que não tem é mão de obra qualificada. Aliás, não só no comércio. Em outras áreas também.”

É bom que o governo ouça o apelo de Vicente rapidamente, pois com a tendência de redução na taxa básica de juros da economia, tudo indica que o consumo continuará crescendo no Brasil. Segundo o Índice Antecedente de Vendas (IAV), elaborado pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), o consumo apresentou alta de 6,9% em agosto, no confronto com o mesmo período do ano passado. A expectativa para os dois meses seguintes também é boa: alta de 6,5% em setembro e de 6,8% em outubro. (PHL)

DEZ DICAS QUE VALEM OURO


1. Transmita entusiasmo na fala.

2. Invista em sua aparência: esteja sempre limpo, perfumado e bem vestido.

3. Acredite no produto que você vende.

4. Venda benefícios, e não características do produto. Quais problemas do comprador aquele produto ou serviço irá resolver?

5. Pense grande e ofereça alto. Muitas vezes o pequeno empresário passa por problemas financeiros e tem dificuldades de enxergar o verdadeiro potencial do mercado em que está ofertando seu produto.

6. Invista no seu preparo, leia bons livros sobre vendas.

7. Simplifique. Faça seu cliente economizar tempo.

8. Diferencie-se do seu concorrente em algum aspecto.

9. Trabalhe duramente, se esforce.

10. Acredite em si mesmo. Você foi feito para vencer!

Fonte: César Frazão* e site Pensando Grande
*Formado em administração de RH, é especializado em vendas para mercados competitivos pela Bell South Atlanta (EUA) e em formação de instrutores de treinamento pela USP.


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