A defesa comercial não serve para corrigir problemas estruturais brasileiros, mas para impedir práticas ilegais do comércio, afirmou a secretária de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres. Ela referia-se às críticas ao aumento das importações feitas nesta quinta-feira durante o Encontro Nacional de Comércio Exterior, o Enaex 2011, no Rio.
"A defesa comercial não se presta a fechar o País e não desejamos esse resultado. A defesa comercial combate práticas ilegais e desleais do comércio e não os problemas estruturais, que devemos enfrentar com os remédios corretos", disse a secretária. "Os problemas de ordem macroprudencial devem ser resolvidos no ambiente macroprudencial, e não com a defesa comercial", completou o diretor executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), Jose Augusto Fernandes.
Também está previsto um aumento do efeito na secretaria para intensificar a defesa comercial e reduzir o prazo, de 15 para 10 meses, das investigações sobre práticas de comércio ilegal ou desleal.
O embaixador Roberto Azevedo, representante do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou que o País tem uma boa reputação na condução de investigações antidumping. "Temos lá (na OMC) a reputação de um País que conduz as investigações de maneira sólida", afirmou Azevedo. "O Brasil não deve ser tímido no sentido de fazer uso dos instrumentos de defesa comercial. É legitimo e é legal. Mas a investigação tem que ser bem conduzida."