Cansada de ter de resgatar seus colegas europeus, a Alemanha quer punir governos que não cumpram metas fiscais e ter o poder de impor reformas àqueles que desejam usar o euro. A proposta foi apresentada por Berlim, que leva à Bruxelas a ideia da criação de um Conselho de Estabilidade para monitorar as contas do continente. Os alemães ainda querem forçar os governos a adotar em suas constituições leis para obrigá-los a manter contas equilibradas.
A medida surge no momento em que o resgate da zona do euro causa terremoto político para a chanceler Angela Merkel e uma rebelião dos partidos da aliança que formam o governo, que a questionam de estar sendo “frouxa”. Os partidos Cristão-Democrata e Democrático questionaram a atitude da chanceler de apoiar um novo resgate a países falidos ou aumento do
Alguns deputados já convocaram reunião de emergência do partido para aprovar voto de censura contra Merkel. Os partidos ainda atacam sua decisão de ceder à pressão do Banco Central Europeu (BCE) e permitir que a entidade use recursos públicos para comprar títulos da dívida da Itália e da Espanha.
“Os partidos que formam parte do governo têm direito a participar dessas decisões”, disse o presidente da ala jovem do partido Cristão-Democrata, Philipp Missfelder, em entrevista ao jornal Bild. O partido liberal Democratas Livres também questiona Merkel. Para tentar acalmar a revolta na base aliada, o ministro da Economia da Alemanha e vice-chanceler, Philipp Rosler, vai propor a criação de um Conselho de Estabilidade da Europa que terá como função avaliar cada país da zona do euro, impor sanções e forçar reformas aos indisciplinados.
Outra proposta da Alemanha é que as constituições de países da zona do euro tenham leis claras exigindo equilíbrios em suas contas. Isso evitaria déficits de mais de 10% em países como Grécia, Irlanda e Itália.