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Estado de Minas

Prefeito Lacerda veta lei que proíbe a venda de brinquedos em lanche infantil


postado em 15/07/2011 15:31 / atualizado em 15/07/2011 16:11

Mãe classifica o assédio das campanhas de marketing voltadas para o público infantil como 'pesado'(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Mãe classifica o assédio das campanhas de marketing voltadas para o público infantil como 'pesado' (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
O que vem primeiro: o brinquedo ou o sanduíche? Na opinião do prefeito Marcio Lacerda (PSB), não importa se as crianças vão às lojas de fast food atraídos pelo lanche ou apenas visando a obtenção dos famosos brindes. O chefe do Executivo da capital mineira vetou projeto de lei que impedia “a comercialização de lanche acompanhado de brinde ou brinquedo”. Mas, apesar da decisão, a Câmara de Vereadores pode anular o veto, fazendo com que o texto passe a vigorar na cidade.

De autoria da vereador Maria Lúcia Scarpelli, o projeto de lei considera a venda criminosa por atrair as crianças pelo brinquedo e, ainda, por atrelar ao custo do lanche o valor do brinde. Na justificativa para o veto, o prefeito diz que “a questão envolve discussões muito mais abrangentes que a abordada na proposição, já que as evoluídas técnicas de marketing têm se demonstrado capazes de induzir e influenciar as práticas de consumo até das parcelas mais bem informadas da sociedade” e na continuação atesta que a discussão sobre a publicidade é mais ampla e confere ao mercado que “proceda invariavelmente de forma ética”. Na justificativa, o prefeito considera ainda a possibilidade de o lanche ser comercializado juntamente com produtos orgânicos ou naturais que contribuam para o desenvolvimento da criança.

Frente a frente com o boneco de pelúcia que acompanha a promoção do lanche do McDonald’s, João Pedro, de 8 anos, dá pouca atenção aos demais itens da bandeja. “Ele fica seduzido”, admite a mãe, Renata Garcia. Certa que ele – o mesmo vale para os outros dois filhos – prefere o brinquedo ao sanduíche, o assédio das campanhas de marketing voltadas para o público infantil ela classifica como “pesado”, cabendo aos pais restringir os excessos e garantir a incorporação de hábitos saudáveis. “As crianças não têm capacidade de discernir igual aos adultos”. Sobre alimentação saudável, o menino é sucinto: “Tá escrito no livro de ciência!”. Mas, apesar de a mãe saber de cor que sanduíche (pelo menos todos os dias) não é a alimentação mais correta, “um dia ou outro, não tem como fugir”.

Avó de João Victor, de 4, Maria Judith Vieira de Barros Puça criou uma estratégia para solucionar o problema. Como o neto só pede para ir ao McDonald’s para ganhar o brinquedo, ela come e ele se diverte. “Do lanche, ele só come uma ou outra batata. Ele jamais viria só para comer o sanduíche, o negócio é o brinquedo”, diz a avó.

Outra possibilidade é comprar o brinquedo avulso, mas, nas lojas da rede de BH, se adquirido separadamente, ele custa quase dois terços do total do lanche promocional. O Mc Lanche Feliz vale R$ 12,50, enquanto pelo item da coleção atual paga-se R$ 8. Depois de assinado Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público da Bahia, o McDonald’s concordou em possibilitar aos consumidores a compra avulsa dos brinquedos.


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