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Estado de Minas

Nem safra derruba preço do álcool

Em uma semana, preço médio do litro do derivado da cana-de-açúcar tem alta de quase 2% em Minas e em BH em pleno período de maior produção nas usinas sucroalcooleiras


postado em 02/07/2011 06:00 / atualizado em 02/07/2011 07:01

A esperança de que o preço do álcool hidratado manteria tendência de queda, iniciada em maio com a safra da cana-de-açúcar, durou pouco. Segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado esta semana em 983 postos do estado, o preço médio do etanol subiu 1,7% nas bombas, pulando de R$ 2,059 para R$ 2,095. Em Belo Horizonte, a alta foi de 1,6%, com o combustível passando de R$ 2,064 para R$ 2,098. De acordo com a ANP, Minas foi um dos 17 estados onde houve aumento no preço do álcool na última semana

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda, representante dos postos de combustíveis, confirma a alta em plena safra. “Não regulamos os preços. Estamos vinculados à companhia distribuidora e o preço é dela”, pondera. As distribuidoras, por sua vez, justificam que a manutenção dos custos elevados do produto nas usinas têm sido o principal motivo para os reajustes.

“O preço do etanol começou a ceder um pouco, mas parou e continua elevado”, explica o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (Sindaçúcar/Siamig), Luiz Custódio, rebate o posicionamento das distribuidoras e garante que não há razão para as recentes altas. “Nas últimas duas semanas os preços estão estáveis em R$ 1,14 de venda para a distribuidora. Sem contar que a Secretaria da Fazenda diminui os impostos incidentes sobre o álcool hidratado”, observa.

Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Esalq/Usp), revela que o preço do etanol hidratado na semana entre 27 de junho e 1º de julho caiu 0,16% em relação à semana anterior, passando de R$ 1,148 para R$ 1,147. A última alta para a distribuidora ocorreu na terceira semana de junho, quando pulou de R$ 1,084 para R$ 1,149.

Dados do Siamig até 16 de junho revelam que a produção de etanol no estado chegou a 445 milhões de litros, 33% menor do que os 662 milhões produzidos no mesmo período do ano passado. A expectativa, porém, é de aumento na produção de etanol no estado, que passaria de 2,55 bilhões de litros na safra 2010/2011 para 2,6 bilhões na safra atual, alta de 2,26%.

Postos

No Posto Lourdes o produto teve aumento de R$ 20 por litro em 15 dias(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
No Posto Lourdes o produto teve aumento de R$ 20 por litro em 15 dias (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Na cadeia de produção, quem sai perdendo é o consumidor. No posto Maquiné, da Petrobras, localizado na BR 262, o reajuste de quase 8 centavos aconteceu na quarta-feira. “Passamos de R$ 2 para R$ 2,079. Essa foi a primeira alta desde maio, quando os custos começaram a cair”, afirma o gerente de pista do posto, Renilton Silva. No Posto Lourdes, na região Centro-Sul, os custos elevados do álcool também já chegaram nas bombas. “O último pedido, que fiz há 10 dias, já veio mais caro e tivemos que repassar. Aumentamos de R$ 1,998 para R$ 2,198”, afirma o gerente Jaime Reis.

Na bomba, o cartaz confirma o que todos já sabem:, o etanol está longe de ser mais vantajoso do que a gasolina, com uma relação de 79,12% entre os preços, quando o ideal seria de 70%. O gerente do Posto Niquelina, na região Leste, Carlos Silva Teixeira conta que este ano os motoristas ainda não tiveram nenhuma oportunidade de encher o tanque com álcool. “A melhor proporção que o álcool já chegou em relação à gasolina foi de 72%. A última vez que foi vantajoso foi no ano passado”, lembra.

Exatamente o período em que a fisioterapeuta Cláudia Maria Duarte Ervilha lembra ter abastecido com etanol. “Desde que comprei meu carro, em agosto do ano passado, só coloquei álcool três vezes. A gasolina também está cara e meus custos semanais subiram de R$ 80 para R$ 120”, calcula. Apesar de ter fechado junho 15,6% mais cara do que o mesmo período do ano passado, o preço da gasolina caiu 3,7% em relação a maio. Na última semana, o preço do combustível fóssil se manteve estável nos postos da capital e apresentou uma ligeira alta no estado, de 0,3%, passando de R$ 2,775 para R$ 2,786.


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