(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Buscamos um posicionamento no mercado mineiro, diz presidente do HSBC Brasil


postado em 10/04/2011 09:01

O HSBC Bank Brasil está investindo cerca de R$ 5 milhões em Minas Gerais para reformular algumas das suas 72 agências no estado – 11 delas em BH – , de olho nos clientes premier, faixa de público com renda mensal superior a R$ 7 mil e na qual o banco detém 24% de participação. Com o estado respondendo por 15% dos negócios da instituição financeira no país e mais de R$ 2 bilhões em ativos, as operações em Minas chamaram a atenção dos dirigentes do banco, que querem aproveitar a forte presença na Ásia, especialmente na China, para intermediar negócios entre mineiros e chineses. Em visita a Belo Horizonte, o presidente do HSBC Brasil, Conrado Engel, falou dos planos do banco para o estado e das perspectivas da economia brasileira, nesta entrevista ao Estado de Minas. Mesmo com uma expansão menor do crédito, a expectativa do HSBC é repetir os resultados de 2010, quando o lucro no país chegou a R$ 1,082 bilhão.

Qual a posição do HSBC em Minas?
Minas é um mercado importante. No estado, nossas operações crescem mais de 30% ao ano. Temos mais de R$ 2 bilhões de ativos, 72 agências e três regionais, além da Losango, que financia mais de 2.500 lojistas em Minas. Nossa participação no total de depósitos no estado chega a quase 7%. No nosso negócio no Brasil, Minas representa cerca de 15% e poderia representar por volta de 20%. A expectativa é que o estado acompanhe o crescimento médio do banco no Brasil.

O banco está investindo para ampliar a participação de Minas nos seus negócios?
Estamos aumentando a nossa força de venda. Nos últimos seis meses, mais de 40 profissionais foram contratados no estado para todas as áreas de negócios. Vamos abrir novas agências premier center, sendo duas em BH (Mangabeiras e Avenida Afonso Pena), e planejamos mais quatro no ano que vem. Isso representa investimentos entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões. O mais importante, o que queremos é um posicionamento mais forte no mercado mineiro. Minas cresce em padrões asiáticos. As empresas daqui estão cada vez mais globalizadas. É um estado rico em commodities, que são avidamente disputadas no mercado mundial. Minas cada vez mais se abre para o mundo e tem crescimento de comércio de commodities com a Ásia, onde o HSBC também é forte. Respondemos por aproximadamente 9% do fluxo de financiamentos do Brasil com a China. Queremos disponibilizar essa infraestrutura que temos na Ásia, em especial na China, para nossos clientes brasileiros, principalmente os de Minas.

Em termos de pessoa física e microempresas, o que o HSBC está fazendo para captar mais clientes?
O banco foca na pessoa física, mas em clientes com renda mensal mais alta, como o cliente advanced, que começa a partir de R$ 3,5 mil, e o premier, com renda acima de R$ 7 mil. Nesse segmento com renda acima de R$ 7 mil temos participação de 24%. Quase um quarto dos clientes com potencial nessa faixa de renda em Minas são clientes nossos. O nosso grande esforço é continuar crescendo, mas principalmente melhorar o relacionamento com essa base de clientes. Em relação à pequena e média empresa, onde nossa penetração é de 3% a 4%, temos um esforço grande para ampliar nossas contas nesse segmento.


E a expectativa para Minas Gerais no médio prazo?
Continuarmos crescendo nossa operação. Nossos ativos cresceram quase 30% no ano passado sobre o ano anterior. Este ano vamos crescer menos, na faixa de 18% a 20% aqui em Minas porque os ativos no Brasil devem crescer em torno de 15% a 16%.

Que efeito as medidas macroprudenciais do Banco Central (BC) terão nessa redução do crédito?
Principalmente pelas medidas de controle da inflação. Estamos falando das medidas macroprudenciais. Obviamente elas fizeram aumentar a necessidade de capital e isso, associado ao aumento do compulsório dos bancos, é equivalente a um aumento de 0,60 ponto percentual na taxa Selic. A própria Selic deve chegar a 12,5% em junho. Isso faz com que o crédito cresça menos, o que já é visto claramente. Se você pega a média móvel dos últimos três meses, ela mostra uma redução no desembolso médio diário, tanto para pessoa física quanto para as empresas. O nosso crescimento de desembolso diário de crédito estava na faixa de 22% a 23% no ano passado, agora caiu para 17% a 18%.

Esse aperto no crédito é suficiente para controlar a inflação ou o BC está sendo condescendente com os preços para preservar o crescimento econômico?
Absolutamente, não. A inflação sempre é algo a ser combatido. Temos um regime de meta de inflação que faz parte de um dos pilares da estabilidade macroeconômica. O BC está dizendo claramente que vai focar no centro da meta para 2012. Então, tem uma clara decisão em trazer a inflação de volta para o centro da meta. O ajuste fiscal também é importante em termos de qualificação e melhoria do gasto fiscal. O plano do governo é R$ 50 bilhões, mas talvez não chegue a isso. Há uma sinalização clara associada às medidas macroprudenciais e ao aumento da Selic. Isso já mostra redução do crescimento. Se no ano passado o Brasil cresceu 7,8%, nossa projeção este ano é que cresça 4,5% a 4,7%. A inflação deve fechar entre 6% e 6,3%, caindo em 2012. Este ano, a inflação chega ao pico em agosto e depois começa a cair. Isso numa situação global de aumento dos preços das commodities. Há a questão do petróleo com os problemas no Oriente Médio, o próprio crescimento dos países emergentes, que carregam fortemente o preço de commodities. Isso obviamente pressiona a inflação.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)