Combustíveis pesam na inflação de BH

A elevação dos custos com combustíveis já teve reflexos na inflação medida em Belo Horizonte. Com variação estimada em 2,26% em março, a gasolina foi um dos itens que mais contribui para a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 0,63% em março, a maior para o mês desde 2008. O álcool, com menor peso na composição do IPCA, deu um salto ainda mais expressivo, subindo 11,43% entre fevereiro e março, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG).

Apesar de terem exercido papel importante na alta do índice inflacionário do último mês, os combustíveis foram superados pela escalada de preços dos alimentos in natura, que continuam sendo os principais responsáveis pela corrosão do poder de compra dos consumidores. Para este item, a variação em março foi de 7,71%. Nos três primeiros meses do ano, a alta já supera os 30%.

Entre os alimentos que mais contribuíram para a elevação, estão a batata inglesa (59,8%), cebola (28,21%) e leite (2,49%). “Sazonalmente, no primeiro trimestre do ano, os alimentos in natura ficam mais caros, mas este ano estão mais pressionados. Isso não quer dizer que a inflação está fora de controle, mas o próprio Banco Central reconhece que vamos ficar acima da meta ”, observa o coordenador do setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Ipead/UFMG, Wanderley Ramalho.

Em sentido contrário, a tangerina (-34,64%), banana prata (-8,95%), arroz (-1,4%) e passagens aéreas (-1,75%), ajudaram a amenizar a alta do índice. Para auxiliar na contenção do avanço do IPCA, Ramalho alerta sobre a importância de um consumo consciente. “O papel do consumidor é crucial neste momento para minimizar os componentes especulativos que acabam surgindo em um cenário de inflação mais pressionada”, observa.