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Estado de Minas

Cresce o número de pessoas em BH que preferem viver em hotel


postado em 24/02/2011 06:24 / atualizado em 24/02/2011 07:10

Luiz Jabbur aprova a vida de conforto em hotel do Bairro Cruzeiro(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Luiz Jabbur aprova a vida de conforto em hotel do Bairro Cruzeiro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Espaços confortáveis, com o apelo de oferecer serviços que deixam a vida doméstica mais fácil, os hotéis têm se tornado opção para morar. Em Belo Horizonte, os descontos para os contratos mensais deixam as tarifas até 50% mais baratas, o que faz crescer o número dos chamados hóspedes-moradores. Até mesmo os estabelecimentos de mais alto custo já têm um percentual de ocupação dedicado aos clientes permanentes. Quem desembolsa por mês entre R$ 3,5 mil e R$ 6 mil em média para morar em um hotel de três a cinco estrelas acredita que, na ponta do lápis, o investimento compensa. Prova disso é que a ocupação dos empreendimentos hoteleiros da capital com mensalistas cresceu 50% em dois anos, de acordo com estimativas da regional mineira da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-MG).

O principal perfil de quem escolhe viver em hotéis é de pessoas que se mudaram para a cidade em função do trabalho e, por isso, preferem eliminar compromissos domésticos. “É mais fácil morar em um hotel do que ter despesas para montar uma casa. Isso sem contar que muita gente que se muda para a cidade por um tempo determinado faz esta escolha para não ficar sozinho e deprimido. No hotel há espaço de convivência”, defende Silvânia Capanema, proprietária do quatro estrelas Liberty e presidente da ABIH-MG. Mas existe também o público que, após alguns anos experimentando mordomias e serviços 24 horas, não trocaria a vida em poucos metros quadrados pelo aluguel de um apartamento espaçoso.

Em Belo Horizonte, grande parte dos estabelecimentos com diárias entre R$ 150 e R$ 360 oferecem pacotes especiais para quem é morador. Os descontos variam de 10% a 50%. Uma tarifa de R$ 359 em um hotel no Bairro de Lourdes pode cair para R$ 189, se o hóspede quiser ficar por mais de 30 dias. O desembolso é alto, mas quem troca o aluguel de um grande apartamento para ter um quarto com serviços disponíveis a qualquer hora acha que a vida é boa.

O estudante de medicina Luiz Jabbur ocupa o apartamento 1.507 de um confortável hotel no alto da Avenida Afonso Pena, no Bairro Cruzeiro, há quatro anos. Segundo ele, a fatura mensal, paga por cerca de 20 metros quadrados, provavelmente corresponderia a um aluguel de um apartamento de 200 metros quadrados na mesma região. Para justificar sua escolha, ele lista uma série de conveniências. Segundo Jabbur, caso fosse colocar no papel os custos de aluguel, segurança, academia, condomínio de um clube (seu hotel oferece piscina e diversos serviços associados), ar-condicionado, trabalhador doméstico, internet, TV a cabo, mensageiro, lavanderia, tudo isso em ponto nobre da cidade, provavelmente os custos seriam mais ou menos os mesmos. Segundo o estudante esta é a opção da família. “Na cidade onde moram, meus pais também vivem em um hotel. Não há nada melhor”, comenta.

A Promenade administra seis hotéis em Belo Horizonte. Segundo a gerente comercial da rede, Danielle Almeida, cerca de 50% da ocupação do grupo na cidade já é preenchida por hóspedes mensalistas, sendo que 40% deles permanecem nos hotéis por mais de seis meses. O desconto na tarifa é de 30%. “Temos casos particulares de moradores que estão conosco há mais de quatro anos”, comenta. A diretora do apart hotel Flamboyant, Sheila Fagundes, aponta que a maioria de seus hóspedes permanece no hotel de um a seis meses, mas já há um percentual de 2% que permanecem por mais de um ano. Para quem prefere morar o desconto na tarifa é de 20%, podendo chegar a 40%.

O empresário Sálvio de Almeida morou quatro anos em um hotel. Ele gostou tanto da experiência que decidiu comprar um apart-hotel, na Savassi. De acordo com ele, o custo-benefício é o melhor possível. Pagando um condomínio de pouco mais de R$ 1 mil, ele pode usufruir de uma série de comodidades. “São muitos serviços, de manobrista a alguém para fazer compras no supermercado.” Cercado por vizinhos que também decidiram morar no hotel, ele considera o espaço ideal. O empresário que está no décimo segundo andar, acredita que acertou na escolha: “Foi um ótimo negócio”.

No Othon Palace , o supervisor de vendas Thiago Fonseca diz que os descontos para mensalistas podem atingir 25%, mas ele ressalta que muitos serviços são incluídos como cortesia a esses hóspedes-moradores, desde lavanderia até o brilho nos sapatos, jornais e internet. Segundo Silvânia Capanema, há sempre um preço promocional para moradores. No caso de seu hotel, pelo menos 5% dos apartamentos são reservados a eles. “São clientes especiais. Muitos nem comem a comida do hotel. Preferem o cardápio caseiro destinado aos funcionários.” (Colaborou Tereza Rodrigues)


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