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Estado de Minas ENTREVISTA

Audi mantém aposta no mercado brasileiro


postado em 20/02/2011 08:55 / atualizado em 20/02/2011 09:00

Paulo Sérgio Kakinoff critica protecionismo(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Paulo Sérgio Kakinoff critica protecionismo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Embalada pelo crescimento do segmento de automóveis importados, que em 2010 avançou 144% no Brasil, a Audi, marca do grupo Volkswagen, quer dobrar suas vendas no país neste ano. O presidente da Audi no Brasil, Paulo Sérgio Kakinoff, acredita que o câmbio continuará favorável aos importados Em entrevista ao Estado de Minas ele também descartou qualquer freio às importações. Neste semestre, as apostas da montadora estão principalmente direcionadas ao modelo A1. O compacto premium vai estar disponível para entrega a partir de abril, sendo o primeiro veículo da marca comercializado no Brasil a um valor inferior a R$ 100 mil. A intenção é que, sozinho, o A1 represente 40% das vendas totais da marca no mercado nacional. Se existe por aqui demanda para um compacto de R$ 89,9 mil? Paulo Sérgio afirma que sim. Em Belo Horizonte, ele participou de palestra no Instituto de Estudos Empresarias (IEE), onde falou sobre as oportunidades do mercado a jovens empresários mineiros.

 

 Qual a importância do mercado brasileiro para a Audi?
O Brasil no ano passado foi o mercado da Audi que apresentou maior crescimento em percentual. Em relação ao ano anterior crescemos 62% e isso demonstra o quão aquecido está o mercado no segmento premium. Isso depois de um crescimento de 42% em 2009. Para este ano, a projeção é de dobrarmos o volume de comercialização.

E a há espaço para esta forte aceleração das vendas?

Sim. Em relação às vendas totais de automóveis no Brasil, o segmento premium representa apenas 0,8% das vendas totais. Em termos percentuais ainda pequeno, um mercado em desenvolvimento. Tanto é que o Brasil ocupa a trigésima posição no ranking entre os maiores mercados no segmento premium, sendo que o mercado automobilístico total, é o quarto maior do mundo.

E quais fatores irão empurrar esse crescimento?

São três aspectos. O primeiro deles é o aumento do poder aquisitivo da população. A mobilidade social que vimos nas classes C, D e E também ocorreu nas classes A e B, obviamente que em uma escala muito menor. Cada dia temos mais consumidores com poder aquisitivo para comprar automóveis de maior valor, especificamente do segmento premium. Temos também a redução do preço do importado em função da valorização do real frente ao dólar, e o próprio investimento das marcas ampliando os portfólios de produtos.

Um mercado tão competitivo quanto o brasileiro, onde estão presentes as grandes marcas mundiais, não assusta um pouco?
De fato não. A Audi cresceu na marca de dois dígitos e as outras marcas do segmento também. Existe um potencial enorme a ser explorado, que se apresenta de forma concreta.

E se o câmbio não permanecer tão favorável?
Em um regime de câmbio flutuante, as marcas estão preparadas para uma determinada faixa de flutuação. Não acreditamos que haja  no Brasil, hoje,  perspectiva que indique que a taxa cambial tenha uma modificação significativa.

O que seria um câmbio ainda favorável ?
Algo entre R$ 1,90 até R$ 2.

Diante da euforia dos importados, o setor não teme um lobby para proteção à indústria nacional?
O que está ocorrendo no Brasil nada mais é do que um fenômeno já visto em praticamente todos os mercados mundiais. Já existe uma barreira importante e significativa para as importações: a alíquota de 35% é uma das mais elevadas entre os 20 maiores mercados mundiais, onde o Brasil figura em quarto lugar. E somando-se as vendas das marcas que compõem a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), os importados ainda não ultrapassam 4% das vendas do mercado brasileiro.

E essa proteção então não pode crescer?
Não. Já é uma das mais altas do mundo. Não há espaço para crescimento de taxas.


E a alta dos juros? Coloca o segmento em alerta?
Pode frear o consumo de todos os segmentos e não seria diferente no setor automobilístico. Monitoramos os  juros, mas ainda não temos um indicador de alerta.

Por que não há mais produção da marca no país?
Esse tipo de produção não faz sentido econômico, até porque boa parte dos componentes que são aplicados no Audi são muito específicos. Em função do volume de produção no mercado nacional não justificaria o desenvolvimento de fornecedores locais. A fabricação no Brasil só fez sentido porque a Audi compartilhava a plataforma da Volkswagen, com o Golf. Quando as plataformas deixaram de ser idênticas, o produto passou a ser inviável. O volume de demanda no mercado nacional ainda não justificaria a produção local.

A Audi poderá voltar a produzir no Brasil?
Não há previsão de produção na América Latina. A Audi adotou uma estratégia para sua produção mundial, com polo na Alemanha e em alguns países circunvizinhos. Isso traz uma vantagem importante de logística e esta capacidade produtiva tem atendido a demanda. A única exceção é o mercado chinês. A Audi produz na China, mas exclusivamente para os chineses.


Os problemas com consumidores que devem esperar tempo demais para conseguir uma peça de reposição não arranha um pouco a imagem?

Essa questão já foi muito mitigada. Hoje vivemos muito mais os ecos desses problemas históricos do que a realidade. A Audi mantém aqui no Brasil um de seus maiores depósitos de peça de reposição fora da Europa. Atendemos os clientes praticamente no mesmo prazo das montadoras que estão aqui instaladas.

Qual a grande aposta da Audi para 2011?
O Audi A1, primeiro veículo importado pela marca oferecido a uma faixa de preço abaixo de R$ 100 mil. O preço desse carro vai ficar em R$ 89,9 mil e ele estará disponível para entrega a partir de abril. Sozinho,  deve representar 40% no volume de vendas da Audi. Outras novidades para este semestre são o A7, o novo A6 e o RS3.

É verdade que a marca agrada especialmente às mulheres?

Também as mulheres. Cerca de 40% dos nossos consumidores são do público feminino e a gente tem orgulho de oferecer um carro muito bem avaliado e desejado pelas mulheres.

No caso do público feminino, o que mais chama a atenção?

Design e o nível de sofisticação, além do conforto.

A Audi tem uma preocupação com a sustentabilidade?
Desenvolvemos produtos que combinam potência com menor consumo de combustível. Para ter uma ideia, o próximo lançamento da marca, o Audi A1, vem equipado com motor de 125 cavalos de potência, que acelera de zero a 100 quilômetros em 8,9 segundos. Esse veículo tem consumo de combustível, combinando cidade e estrada, de 19 quilômetros por litro. É um dos motores mais eficientes no mercado.


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