A leitoa assada estará entre as rainhas das ceias de réveillon. Na festa que a dona-de-casa Maria de Lourdes Carvalho vai fazer para comemorar a virada do ano, com seu marido Euler e mais 20 casais de amigos, ela será servida assada, à pururuca. Ela comprou, nesta terça-feira, uma peça inteira de 3,7 quilos no Mercado Central de Belo Horizonte, como faz tradicionalmente todos os anos. E o tempero com boas doses de alecrim e pimenta foi preparado para deixá-la ainda mais saborosa para os festejos. O custo não foi baixo. A leitoa saiu por R$ 67,30.
O funcionário do Frigorífico Alvorada, José Raimundo Santos, que ofereceu a leitoa para a dona-de-casa, espera vender mais 50 leitoas até as 18h desta quarta-feira, quando o Mercado fecha suas portas. "O movimento para leitoa está melhor que o do ano passado", conta, animado.
Pernil e lombo também estão entre os cortes suínos preferidos pela clientela que costuma preparar a ceia do réveillon. "Boi é o que menos sai", diz Santos. O gerente comercial do Palácio da Feijoada, Rogério Henriques da Costa, tinha mais seis leitoas nesta terça-feira, do estoque de 350 que preparou para dezembro. O quilo da menor, com peso variando dos três aos cinco quilos, sai por R$ 18,90. As maiores, a partir de R$ 15,90 o quilo.
O superintendente do Mercado Central, Luiz Carlos Braga, diz que teve de estender o horário de funcionamento por meia hora. Ele calcula que o movimento nesta terça-feira foi cerca de 5% maior que o do mesmo dia de 2007, com a visita de, aproximadamente, 57 mil pessoas.
A estudante Gilsana Ferreira Diniz e o marido, o empresário Eugênio Carlos Dias, desembolsaram cerca de R$ 300, com as compras de ontem no mercado. Levaram castanhas, bacalhau, lentilha, flores e frutas. “A leitoa já está no tempero, na fazenda, em Corinto, e será para tira-gosto”, conta Dias. A ceia preparada para 35 pessoas vai ter três pratos: o bacalhau, uma lasanha e filé ao molho madeira com arroz piemontês. “Todos os gostos serão atendidos”, garante Gilsana, que calcula ter gasto 20% a mais neste réveillon. O dono do Empório Ananda, Geraldo Campos, diz que o movimento do Natal foi melhor. Mas ontem ele ainda fazia bons negócios com castanhas, bacalhau e azeites.
O florista da Flora Paraíso, Leonardo dos Santos, vendeu mais as dúzias de rosas brancas e amarelas, que saem por R$ 18, ou seja, R$ 8 a mais que em épocas normais. Na A Floresta, especializada em ervas, a proprietária Elisângela Dias, comemorava os negócios com os banhos de descarrego, amor ou prosperidade, que custam a partir de R$ 1,50. “Esses dias são os melhores do ano para nós”, afirma.