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Estado de Minas

Economista prevê dificuldades para as classes C, D e E pagarem as contas


postado em 26/12/2008 12:18 / atualizado em 08/01/2010 03:54

As dificuldades para pagar as contas em dia devem ser maiores para as classes C, D e E no próximo ano, na opinião do economista e professor da Universidade de Brasília Roberto Piscitelli. Essa expectativa pode se configurar, com maior intensidade, no primeiro trimestre de 2009, por conta da crise financeira internacional, que no Brasil tem gerado efeitos como redução do crédito e previsão de desaquecimento da atividade econômica, com aumento da taxa de desemprego.

“Os efeitos da crise não poupam sequer outras classes. Para as classes C, D e E as dificuldades serão maiores. É natural que isso ocorra porque muita gente vinha rolando dívida ou substituindo por outras”, explicou. Agora, segundo Piscitelli, com a perda de confiança das instituições financeiras, renovar crédito ou fazer novos financiamentos fica mais difícil, umas vez que as exigências tornaram-se maiores. Ele acrescentou que nas classes mais baixas “as pessoas podem não ter tantas garantias para oferecer”.

Além disso, o crédito está mais caro, o que também é um fator de dificuldade a mais para a população com menor renda. Segundo dados do Banco Central, a taxa de juros para as pessoas físicas subiu de 54,9% para 58,7% ao ano, a mais alta desde março de 2006, que estava em 59%.

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Outro fator observado pelo economista é que o aumento da taxa de desemprego, que deve ser observado com maior intensidade no primeiro trimestre de 2009, também é um fator que pode levar a maior inadimplência. “Uma outra questão é a renda. Muitas pessoas podem ter que abrir mão de parte da renda, com redução de jornada, menos horas extras, menos turnos de trabalho”, disse.

Segundo dados do Banco Central, as instituições financeiras reforçaram suas provissões de outubro (R$ 61,301 bilhões) para novembro (63,431 bilhões) deste ano em R$ 2,13 bilhões, porque com a crise há expectativa de maiores perdas. Nesse mesmo período, a inadimplência das pessoas físicas mudou de 7,6% para 7,8%, a mais alta desde agosto de 2003, que era de 7,9% no cálculo do BC que considera atrasos superiores a 90 dias. Em janeiro deste ano, esse percentual era de 7,1%.

A inadimplência específica da compra de bens passou de 13,1% para 14,7%, de outubro para novembro deste ano. No caso da aquisição de carros, a alta foi menor: de 4% para 4,1%. A inadimplência do crédito pessoal permaneceu estável em 5,4%. O BC não tem dados sobre inadimplência por classes socias.


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