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Estado de Minas

Comércio popular festeja o Natal

Vendas de última hora confirmaram a preferência do consumidor por presentes baratos


postado em 25/12/2008 09:30 / atualizado em 08/01/2010 03:54

Euler Júnior/EM/D.A Press
Consumidores se espremeram logo cedo pelas ruas do Centro de Belo Horizonte
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Atrás de presentes mais baratos e da chance de queda de preços na última hora, os consumidores lotaram os shoppings populares e as ruas do Centro de Belo Horizonte desde o início da manhã de ontem. Os principais centros de compras, o Oiapoque e o Xavantes, receberam cerca de 60 mil pessoas, recorde de público. Para não perder vendas, as portas foram abertas logo cedo, às 7h. O consumidor não perdeu tempo para começar o garimpo das pechinchas. Por volta das 9h, os corredores já estavam lotados. “A crise financeira acabou atraindo mais consumidores aos centros de comércio popular”, comentou Leonardo Furman, presidente do Xavantes. O forte movimento nos shoppings populares confirma as expectativas das entidades ligadas ao comércio varejista: os consumidores deram preferência às lembrancinhas no Natal deste ano.

O movimento na loja de Leila Aparecida, no Oiapoque, dobrou este mês em relação a um período normal. Ela é dona da Caio Esportes, que vende roupas masculinas e de time. Este mês, Leila precisou fazer reposição de estoque diariamente, inclusive ontem. “As vendas estão ótimas, não tenho do que reclamar. As pessoas estão querendo dar presente barato e útil. E aqui tenho bermudas com preços a partir de R$ 17”, afirmou.

Beto Novaes/EM/D.A Press
Com banca no Shopping Oi, Renata Chaves vendeu 50% a mais de perfumes

Desempregado, Weverton Henrique do Amaral cortou os gastos com o Natal deste ano. Ele desembolsou R$ 250 com os cinco presentes que comprou ontem. Em 2007, havia gasto R$ 700. “Vou gastar menos, pois estou há quatro meses desempregado”, disse. O primeiro presente que comprou foi um caminhão de brinquedo para o filho, por R$ 35.

Renata Chaves tem uma banca de perfumes no Oiapoque. O frasco de 30ml é vendido por R$ 20 e o de 50ml por R$ 30. As vendas do Natal deste ano, segundo Renata, aumentaram 50% em relação a 2007. Este mês ela está vendendo, diariamente, mais de 100 vidros de perfume. “Pelo valor do produto, é uma ótima opção de presente. E o meu público é bem variado. Recebo desde faxineiras a juízes”, disse.

O vigilante Carlos Alberto da Silva apostou na queda de preços de última hora. “Deixei para hoje (ontem), pois na última hora os preços sempre caem”, comentou. Ele foi com os dois filhos, Mateus e Débora, e a sobrinha Sarah comprar brinquedos, tênis e roupas nos shoppings populares. Silva reservou R$ 400 para gastar no Natal e optou por pagar tudo à vista. Ele aproveitou para se presentear também com tênis e roupa nova.

A raquete elétrica para matar moscas, movida a pilha recarregável, foi a sensação da barraca de Henrique Rodrigues neste Natal. O preço foi um dos atrativos: R$ 10. Além da raquete, o passarinho com o sensor, com preço entre R$ 13 e R$ 15, também esteve entre os líderes de venda. Quando o dono bate palmas, o passarinho canta. “As vendas dobraram em relação a 2007. Por causa da crise, acho que muita gente está comprando produtos mais baratos”, observou Rodrigues.

PELAS RUAS No Hipercentro de BH, os consumidores lotaram as lojas. Confiando no hábito antigo do brasileiro, a expectativa dos comerciantes da região é de que as vendas da véspera do Natal tenham representado um dos melhores dias do ano. Ao contrário de pagar mais caro, os consumidores aproveitaram as promoções que cresceram na reta final. “Alguns produtos colocados nas bancas, como a camisa masculina por R$ 9,99, acabaram. Os conjuntos infantis por R$ 19,99 estão no fim”, comemorava a gerente da Loja Marina, Vanessa Mendes, que apostou nas ofertas. No Centro da cidade, os campeões de vendas foram os super-heróis, bonecas, roupas e acessórios, com preços atraentes.

A psicóloga Ana Maria Costa veio de Três Marias passar o Natal com a família em Belo Horizonte. Ontem, ela escolhia os presentes para quatro sobrinhos. “Quero gastar no máximo R$ 20 e acho que vou conseguir fazer esta mágica.” A balconista Maria das Dores Silva aproveitou as bolas colocadas na promoção, por R$ 2,99, na loja de importados da Avenida Afonso Pena. Resolveu três lembrancinhas de uma só vez. “Vou dar sete presentes no Natal e comprar todos hoje (ontem). Tenho R$ 150 para gastar”, calculou. A gerente da loja Lokal, Gilmara Paula de Abreu, contou que o estoque do Homem-aranha acabou, e também dos porta-retratos e enfeites de resina, presentes que não ultrapassam R$ 10.

Beto Novaes/EM/D.A Press
Carlos Alberto da Silva levou os filhos e a sobrinha para escolherem brinquedos

A auxiliar de serviços Leiliane Bastos Gomes comprou na última hora 10 presentes. Ela gastou ao todo R$ 100, aproveitando as promoções. “Estou levando sete shorts para sete sobrinhos. Vou pagar R$ 7,99 em cada.” Leiliane considera que no geral o brasileiro está com pouco dinheiro, daí a opção pelos itens mais baratos. Michele Nunes Mendes, gerente da Loja do Perfumista, na Rua Rio de Janeiro, diz que os preços dos frascos que imitam flagrâncias de estilistas internacionais variam entre R$ 5 e R$ 40. “O consumidor quer preço porque a crise mundial afetou o psicológico. Com medo de perder o emprego, eles estão com medo de gastar muito.” Apesar da análise, a loja deve ter vendido pelo menos 50% a mais neste Natal.

As bolsas de R$ 5 foram as primeiras a acabar na loja Estilos Tropical. Os produtos oferecidos variam entre R$ 5 e R$ 40, e no Natal a loja chegou a vender até 70% mais. Para atender os consumidores retardatários, a loja Rainha, de meias e lingeries, abriu ontem meia hora mais cedo e esperava fechar no horário convencional de 19h15. Geralmente, o crescimento do Natal é 30% superior a junho, segundo melhor mês para o negócio. Na loja, o sutiã que serve a múltiplos decotes, vendido por R$ 29,90, foi um dos campeões de venda, junto com os produtos em promoção, vendidos entre R$ 4 e R$ 7.

Euler Júnior/EM/D.A Press
Maria das Dores Silva aproveitou a promoção e comprou bolas por R$ 2,99

ATÉ R$ 50 A corrida de consumidores atrás de pechinchas confirma as pesquisas e expectativas de vendas das entidades ligadas ao comércio varejista. Levantamento feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) mostrou que 53,15% dos consumidores estavam dispostos a gastar até R$ 50 neste Natal. A pesquisa foi feita na segunda quinzena de novembro. No mesmo levantamento feito em 2007, a pesquisa apontou que 29,32% dos consumidores tinham intenção de gastar até esse valor. “Estamos com as incertezas econômicas, os consumidores têm medo do desemprego. As pessoas buscam comprar produtos mais econômicos, principalmente aqueles que não precisam de crédito de longo prazo”, afirmou Fernando Sasso, gerente de pesquisa e mercado da CDL-BH.

Pesquisa da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio) também apontou que os consumidores estavam preferindo comprar produtos mais baratos este ano, com tíquete médio entre R$ 30 e R$ 50. Nas compras de última hora, no entanto, a entidade acredita que o tíquete de compras cresceu. “Depois de ter pago as dívidas com a primeira parcela do 13º salário, o consumidor tende a ficar mais flexível nos gastos”, observou Silvânia de Araújo, coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio.-->


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