O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira acreditar que a crise financeira internacional será "coisa do passado" em 2010. Segundo o presidente, nenhum líder de Estado vai agüentar o prolongamento da crise além desse prazo. E afirmou que o governo brasileiro vai fazer o possível para que as empresas produzam e gerem empregos.
"Vamos fazer com que as industrias, que produzem e geram empregos, tenham o que for necessário para a gente vencer esta batalha", disse Lula, durante almoço de confraternização com os oficiais militares no Clube da Aeronáutica, em Brasília.
Segundo o presidente, as condições existentes no Brasil e as medidas tomadas em outros países sinalizam o fim da crise nos próximos dois anos. "Estou convencido de que a partir de 2010, essa crise será coisa do passado aqui e em outros países, até porque nenhum outro presidente aguentará mais um ano com uma crise nas costas, gerando desemprego como está nos Estados Unidos", afirmou.
Maturidade
O presidente afirmou também ser necessário ter "maturidade e paciência" para tomar medidas que não sejam precipitadas, pois só assim será possível escapar de uma recessão. "O Brasil tem tomado todas as medidas para evitar que crise chegue aqui", disse Lula, acrescentando: "as condições estão equilibradas para que o Brasil não sofra".
Criticado por alguns setores por incentivar o consumo, Lula reagiu, contestando a acusação de que estimou a população a contrair mais dívidas. "Ninguém está dando conselho para que quem tem dívida fazer mais divida", disse o presidente, sugerindo que a sociedade acompanhe as medidas adotadas pelo governo para tentar conter os efeitos da crise financeira.
O presidente afirmou ainda que 2009 vai ser um ano "extremamente" importante para o mercado interno, dando a entender que a sociedade vai ampliar o seu poder de compra. Segundo Lula, o governo vai conceder estímulos à produção automobilística, à indústria civil e ao capital de giro.