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Estado de Minas

Vale pára usina na mina do Cauê

Unidade de beneficiamento está instalada em Itabira. Mineradora confirma a medida mas não revela prazos


postado em 06/12/2008 09:45 / atualizado em 08/01/2010 03:59

Forçada pela redução do consumo de minério de ferro, com a crise enfrentada pela indústria siderúrgica no mundo, a Vale paralisou a usina de beneficiamento da matéria-prima na mina do Cauê em Itabira, Região Central de Minas Gerais. A mineradora confirmou ontem a medida como parte dos ajustes de produção já anunciados há semanas, mas não detalhou o período em que a unidade ficará parada. Na última terça-feira, a Vale informou ter dispensado 1,3 mil dos seus 40 mil empregados no Brasil, dos quais 20% desse contingente (260 pessoas) teriam sido demitidos em Minas Gerais.

“No dia do fechamento, os trabalhadores até choraram”, revela Paulo Soares, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos (Metabase) de Itabira e Região. De acordo com o sindicato, estão paradas as usinas I e II e o setor de britagem do Cauê. Cerca de 400 trabalhadores estão em férias coletivas e outros 2 mil foram transferidos para a mina de Conceição, na mesma área ocupada pela Vale. A produção no complexo teria sido reduzida à metade – de 120 mil toneladas para 60 mil toneladas.

“A informação que temos é que 10 mil empregos diretos estão ameaçados, dos quais 7 mil estão em Minas Gerais. Também estão na berlinda 18 mil terceirizados, dos quais 9 mil em Minas”, diz Soares. “A crise mal começou e a empresa, que teve lucro de R$ 20,4 bilhões no ano passado, tem plenas condições de adotar outras medidas, em lugar das demissões. Se as dispensas continuarem, os trabalhadores estão dispostos a parar as atividades”, afirma Carlos Pereira, vice-presidente do sindicato.

Um maquinista que trabalhava na Vale há 29 anos e pediu para não ser identificado foi uma das vítimas dos cortes na empresa esta semana. “Em 29 anos de empresa, nunca tive nenhum atestado nem nada contra mim. Sempre cumpri tudo rigorosamente. Mais do que chateado de sair da Vale depois de tantos anos, estou chateado com a falta de respeito”, desabafa.

Ginástica

Segundo a assessoria da Vale, uma série de reuniões estão sendo feitas nos locais onde a mineradora atua para que sejam informadas aos representantes das prefeituras e das comunidades as medidas de ajuste da produção que estão sendo tomadas. Recentemente, o presidente da companhia, Roger Agnelli, disse que está sendo feita uma “ginástica” para evitar demissões. A mineradora chamou os diretores do sindicato para uma reunião na próxima segunda-feira, 8, mas não informou o teor da conversa.

Num econtro promovido pelo Metabase na última terça-feira, foi criada uma frente de representantes do Executivo municipal, da Câmara de Vereadores e da sociedade civil organizada para discutir o impacto da situação na cidade e mobilizar os trabalhadores. Os sindicalistas vão pedir audiências com o governador de Minas, Aécio Neves, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O sindicato considera precipitadas as demissões e se recusa a aceitar a proposta da Vale de suspensão temporária de contratos de trabalho. A medida foi estabelecida no governo de Fernando Henrique Cardoso, permtindo a suspensão dos contratos por cinco meses, desde que por acordo com o sindicato dos trabalhadores e com a concordância do trabalhador, que nesse período recebe treinamento para qualificação profissional e bolsa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).


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