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Estado de Minas

Máquinas ficam encalhadas nos pátios das fábricas


postado em 03/12/2008 07:32 / atualizado em 08/01/2010 03:59

Mato já cresce em volta de máquinas e equipamentos agrícolas: negócios estão desacelerados(foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press )
Mato já cresce em volta de máquinas e equipamentos agrícolas: negócios estão desacelerados (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press )

A fila para compra de máquinas e equipamentos já não existe mais. Pelo contrário, os pátios de estocagem estão lotados. Em outubro, foram produzidos 296,3 mil autoveículos em todo o país, ao passo que foram comercializados 239,2 mil, o que resulta em um déficit de 57,1 mil unidades, segundo levantamento da Agência Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Os dados indicam, ainda, queda de vendas de 11% em relação a setembro e de 2,1% contra outubro do ano passado.

Um exemplo de empresa que está com excesso de estoque à espera de comprador é a fábrica da Case New Holland (CNH), ex-Fiatallis, instalada em Contagem, na Grande BH. A empresa do grupo Fiat está com cerca de 500 máquinas prontas para serem comercializadas, o equivalente a um mês de produção. A CNH informou que “a rotatividade não desacelerou”. A montadora tem capacidade para fabricar pouco mais de 6 mil unidades ao ano. Em 2008, os números ainda não foram fechados, mas a empresa quase atingiu o limite da capacidade instalada e já registrou crescimento diante das 4,85 mil máquinas e equipamentos produzidos em 2007.

Do outro lado, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Marcos Salum, informou que a escassez do crédito e o adiamento de investimentos foram impactos imediatos da crise financeira mundial nos negócios das empreiteiras e construtoras. “Já tivemos dificuldade para comprar máquinas e equipamentos. Agora, vamos aguardas as novas perspectivas, que devem se consolidar em meados de 2009”, ressaltou.

Salum disse que os investimentos privados, sobretudo na área de mineração e siderurgia, já sofrem as conseqüências da crise: foram adiados e, até mesmo, cancelados. Contudo, segundo ele, os projetos públicos, com orçamentos já aprovados, vão garantir uma “inércia” por, pelo menos, mais seis meses. “Apesar da desacelerada no fim do ano, os negócios devem avançar entre 7% e 8% em 2008.”

“O mercado freou e não sabe até onde pode chegar. Seguiremos nessa inércia. Podemos parar ou voltar a acelerar”, frisou o diretor do Sindicato da Indústria Nacional de Máquinas em Minas Gerais (Sindmaq), Ronaldo Brandão Fraga.

Autopeças O desaquecimento da produção resulta em impactos em toda a cadeia produtiva. A indústria de autopeças deve chegar a dezembro com 223,7 mil trabalhadores no Brasil, crescimento de 3,2% sobre 2007, e não mais os 8,3% previstos inicialmente, segundo pesquisa divulgada terça-feira pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos (Sindipeças). A instituição revelou ainda que 100% das empresas consultadas – que respondem por 41% do faturamento do setor – vão parar pelo menos 16 dias em dezembro para férias coletivas, em razão da turbulência econômica global.

"É bom levar em conta que os acontecimentos e algumas decisões das empresas têm mudado diariamente e a situação pode piorar. É preciso ter muita calma e equilíbrio para não tomar decisões precipitadas nem ficar apenas olhando a tempestade pela janela", alertou o presidente do Sindipeças, Paulo Butori. Sobre a intenção de investir, 48% das empresas informaram que manterão o que havia sido programado para 2009. Mas 46% devem reduzir os investimentos e apenas 6% afirmaram que tendem a aumentar os aportes em novos projetos.


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