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Estado de Minas

Mais dois anos para a retomada


postado em 16/11/2008 08:27 / atualizado em 08/01/2010 04:02

-->Má notícia para o presidente Lula: a pesquisa Projeções e Expectativas de Mercado da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostrou que 95% das 30 instituições consultadas acreditam que o período de desaceleração da economia mundial deve durar até dois anos – ou seja, todo o final do seu mandato. Em relação ao Brasil, para 67% das instituições financeiras, a desaceleração da economia brasileira deve durar um ano – o que já é bom para Lula, pois ele teria tempo de se recuperar em 2010 – e, para os 33% restantes, o desaquecimento da economia nacional terá duração de dois anos. O presidente deve torcer para que essa turma esteja errada.

A pesquisa da Febraban apontou que, para 78% dos entrevistados, o mundo vive agora o estágio intermediário da crise. Os otimistas correspondem a 13%, que vêem o atual momento como o estágio final. Já os pessimistas, minoria de 9%, acreditam que a crise apenas começou. Para a maioria dos entrevistados, 87%, a crise financeira deve contagiar a economia global. São apenas 13% que apostam que o contágio da economia real deve ser reduzido, dadas as medidas preventivas adotadas pelo governo.

No cenário internacional, a maior preocupação das instituições financeiras é com uma evolução da crise financeira na economia americana, citada por 68% das instituições. Dessas, 64% também destacaram a diminuição da liquidez mundial como motivo para preocupação. O economista-chefe da Febraban, Rubens Sardemberg, frisou que apenas 21% das instituições citaram um eventual aumento da pressão inflacionária nos Estados Unidos como um fator a ser levado em conta em suas projeções.

No cenário doméstico, os maiores temores são a desvalorização da taxa de câmbio, lembrada por 75%, e a desaceleração do crescimento do volume de crédito, citada por 68%. Sardemberg acredita que o Brasil tem vivido uma situação menos complicada do que o resto do mundo com a crise financeira. “A situação do Brasil é comparativamente melhor do que a de outros países”, diz.

INCÓGNITA A questão do crédito é outra incógnita. Sem crédito, que secou com a crise global, não há crescimento econômico. Na semana passada, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou que o cenário de fornecimento de crédito no mercado brasileiro é de “recuperação”. Segundo Meirelles, na última semana de outubro, a queda na concessão de novos empréstimos foi suavizada, sobretudo se comparada à redução de 30% observada na primeira semana de outubro perante a primeira semana de setembro. “O crédito chegou ao fimde outubro ainda com queda frente à última semana de setembro, mas uma redução já pequena. Na ponta, era menor”, disse. Os dados oficiais só serão conhecidos no dia 25.

Na avaliação de Meirelles, essa suavização da baixa no fornecimento de crédito já responde às medidas de liquidez que o BC tem adotado, entre elas os leilões de dólar à vista e no mercado futuro, além da liberalização gradual do compulsório recolhido pelo setor bancário. “Vamos aguardar os efeitos e ver como será novembro”, disse. Ainda que tais medidas já apontem para o que o dirigente classifica de recuperação, Meirelles admite que alguns setores sofrem mais do que outros. A pesquisa da Febraban calcula um crescimento de 24,9% do crédito total no país este ano. Para 2009, a pesquisa indica uma expansão de 18,64%. (PP, com agências)


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