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Estado de Minas

Lojas da Zoomp em BH são fechadas por mandado de despejo


12/11/2008 06:49 - atualizado 08/01/2010 04:04

No Diamond Mall, um tapume cobre totalmente o local onde ficava a Zoomp, que foi despejada na segunda-feira por oficiais de Justiça
No Diamond Mall, um tapume cobre totalmente o local onde ficava a Zoomp, que foi despejada na segunda-feira por oficiais de Justiça (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press )

Uma verdadeira tempestade atingiu em cheio a marca Zoomp. Há cerca de dois meses, o mau tempo em torno da grife começou a ficar mais intenso e a loja do Rio Sul foi fechada, por falta de acordo em torno do valor a ser pago no aluguel do shopping carioca. E no início da semana os problemas ficaram visíveis também em Belo Horizonte, onde as unidades da marca no BH Shopping e no Diamond Mall foram lacradas por oficiais de Justiça. Os centros de compras, que pertencem ao grupo Multiplan, moveram uma ação de despejo contra a Zoomp e o resultado saiu na segunda-feira, com o mandado de despejo entregue à gerência das duas lojas. As dívidas referentes à falta de pagamento do aluguel e condomínio somam mais de R$ 386 mil, de acordo com informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

As mudanças na Zoomp tiveram início em meados de 2006, quando os empresários Conrado Will e Enzo Monzani adquiriram a empresa, que culminou na criação de um grupo batizado de I’M (Identidade Moda), que acabou tentando congregar sob sua sombrinha diversas outras marcas de renome, como Fause Haten e Clube Chocolate. Já naquela época as dívidas da Zoomp eram estimadas em R$ 30 milhões.

Depois da entrada da I’M, a expectativa do mercado era de que a situação ficasse mais amena. Porém, os indícios de que a tempestade estava ficando mais forte se tornaram mais intensos no início do ano, quando o estilista Alexandre Herchcovitch, que era o diretor de criação da Zoomp e curador das grifes administradas pela I’M deixou seus postos e foi cuidar de suas próprias marcas. Em abril, o Grupo Global tomou a frente dos negócios com a promessa de aporte de recursos para uma reestruturação completa. Mas tudo indica que a operação de salvamento acabou comprometida. Na terça-feira, o principal executivo da marca, que também era gestor na época da I’M, Vicente Mello, foi procurado pela reportagem. Mas não se manifestou sobre o assunto. A assessoria de imprensa se limitou apenas a informar que acreditava ser um problema localizado. E funcionários de outras lojas da marca, no Rio em Brasília, foram pegos de surpresa com a notícia do fim das atividades das unidades de Belo Horizonte.

Um empregado da Zoomp do Barra Shopping, no Rio, que prefere não se identificar, contou que ficou surpreso quando a loja do Rio Sul foi fechada. Mas confessou ter ficado apreensivo ao saber que as unidades de BH tiveram o mesmo fim. Segundo ele, as vendas da loja tiveram queda expressiva no último mês. “Mas essa é uma realidade de várias lojas daqui”, contou. A gerente de Brasília, Sibéria Gomes, informou que não sabia da situação das unidades de Belo Horizonte. “Ninguém nos informou nada”, disse. Mas lá, pelo menos, o desempenho de vendas é “ótimo”.

O advogado especializado em direito empresarial José Murilo Procópio não tinha conhecimento do problema da Zoomp, mas avalia que ele teve início antes da crise financeira internacional ficar mais forte e atingir o Brasil. “Um processo de despejo demora, no mínimo, uns 180 dias”, explica. Para ele, no entanto, o cenário agora é propício para que esse tipo de situação, inclusive com as empresas entrando em processos de recuperação, se intensifique. “Falta crédito”, lembra.


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