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Estado de Minas

Custo de comer fora de casa supera inflação


postado em 11/11/2008 09:54 / atualizado em 08/01/2010 04:04

Na esteira do crescimento da renda e do emprego, o brasileiro aumentou seu padrão de consumo, e o resultado foi a elevação do preço de variados tipos de serviços acima da inflação média, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, o reajuste médio dos serviços ficou em 6,35%, mais do que os 5,47% do IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor 10). No período findo em outubro de 2007, a situação era a inversa: os serviços tinham subido 3,80%, num ritmo menor do que o índice de inflação, de 4,59%.

A FGV selecionou 34 serviços que integram o IPC. Desses, somente 14 subiram abaixo da inflação. "Isso mostra que há um aumento generalizado", diz André Braz, coordenador do IPC da FGV.

Entre as maiores altas, estão serviços mais sofisticados e pouco acessíveis a todas as classes de renda, como teatro (14,86%) e hotel (11,29%). Também no topo ficou a refeição fora de casa, cuja aumento em 12 meses foi de 10,85%.

No caso dos restaurantes, além do aquecimento da economia, pesou também a alta dos preços dos alimentos, que dispararam neste ano.

Mas os preços de serviços cujos insumos se mantiveram estáveis também subiram, o que mostra, segundo Braz, que eles foram impulsionados pela expansão do consumo.

"O cenário de expansão do emprego e da renda permitiu o aumento do consumo. As empresas perceberam isso e reajustaram suas tabelas, já que o consumidor estava mais propenso a gastar." E a mola propulsora para o crescimento do consumo foi o aumento da massa salarial, que avançou 8,3% na média deste ano (janeiro a agosto), segundo o IBGE.

Com mais dinheiro no bolso, os consumidores gastaram mais e viram o preço de serviços utilizados em seu dia-a-dia subirem com força. Foi o caso de lavagem e lubrificação de veículos (10,33%), estacionamento (10,27%), reparos em residência (9,52%), costureira (8,76%), médico (8,53%) e excursões (7,68%).

A diarista também ficou mais cara -7,64%. Neste caso, o serviço subiu no embalo do reajuste real do salário mínimo.

Entre as altas que superam a inflação média, estão ainda a academia de ginástica (7,45%), salão de beleza (6,97%) e lavanderia (6,65%). Até morrer ficou mais caro: o serviço funerário aumentou 5,72% em 12 meses.

Na pesquisa, a FGV só incluiu serviços com preços livres, que sobem e descem orientados pela demanda e outros fatores de mercado. As tarifas públicas, reguladas, não integraram o levantamento.

Perspectivas

Para Braz, a crise internacional, agravada em setembro, não foi capaz de frear a demanda por serviços. Nem deve ter impacto no curto prazo, diz.

O economista da FGV prevê uma estabilização dos preços nos patamares atuais. Somente no próximo ano é que o custo dos serviços pode cair, a depender do comportamento da economia diante da crise.


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