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Estado de Minas

Castanhas de caju e do pará dominam os campos do país

Agregar valor ao produto é desafio


10/11/2008 08:24 - atualizado 08/01/2010 04:04

No Brasil, terceiro maior país produtor, são processadas cerca de 137 mil toneladas de castanha de caju
No Brasil, terceiro maior país produtor, são processadas cerca de 137 mil toneladas de castanha de caju (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 16/11/06 )



A temporada de maior consumo de castanhas no Brasil está aberta. É nas fartas mesas de comemorações de fim de ano que elas têm lugar garantido e de destaque. Mas nos campos do país a realidade é um pouco diferente. Apenas as castanhas de caju e do pará, também conhecida como castanha-do-Brasil, quando seu destino é para exportação, têm produção realmente expressiva em solos brasileiros, com concentração de plantio e colheita nas regiões Norte e Nordeste. Elas são as vedetes. Só que, gradativamente, outras espécies, antes vistas como exóticas, passam a ser exploradas no país. É o caso da castanha tipo portuguesa, que pode ser encontrada no Sul de Minas e no interior de São Paulo, e da macadâmia, que também tem alguns produtores com plantio nas mesmas regiões. No Sul do país também já existem lavouras de noz pecã, mais consumida por aqueles lados.

A castanha mais produzida no Brasil é a de caju. Segundo o chefe-geral e pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Vitor Hugo de Oliveira, no país são processadas cerca de 137 mil toneladas de castanha de caju e a produção é concentrada basicamente no Nordeste. No ranking mundial, o Brasil é o terceiro colocado. Fica atrás apenas do Vietnã e da Índia. Nacionalmente, o Ceará é o maior produtor e responde por mais de 50% da colheita e processamento. E é seguido por Piauí e Rio Grande do Norte. “Mas já há também caju em São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Tocantins e até um pouco no Norte de Minas”, observa. Mas ele reforça que nos estados fora do Nordeste a produção que “desponta” é experimental e muito incipiente.

Oliveira explica que o desafio da produção de castanha-de- caju no Brasil está em agregar valor e melhorar a produtividade dos pés, já bastante antigos. Antes, o plantio era por sementes, o que resultou em grande variação genética de plantas nos mesmos pomares. Com isso, a produção média, por pé, ficou limitada a 200 quilos de caju por hectare por planta/ano. Por pé, são produzidos cerca de dois quilos, também na média anual. O rendimento é um dos mais baixos entre os produtores mundiais. Para complicar um pouco, o fruto verdadeira, que é a castanha, também é pouco valorizado se não é processado na própria fazenda. O quilo da castanha in natura sai por algo entre R$ 0,85 e R$ 1,20. Para se atingir um quilo, são necessárias entre 120 e 130 castanhas. Já o preço pago ao produtor pelo quilo do caju (pseudofruto), varia de R$ 0,20 a R$ 0,30, mas entre seis e oito já são suficientes para formar um quilo. “O ideal é a organização em associações ou cooperativas, para aquisição de minifábricas de castanhas para o processamento. Assim, dá para se ter rentabilidade melhor na propriedade”, conta o pesquisador. O quilo da castanha processada já pode ser vendido a partir de R$ 22.

A pequena fábrica foi desenvolvida pela Embrapa e custa a partir de R$ 80 mil. Com ela é possível até tentar exportar a castanha diretamente. E o melhor mercado para ela fica fora do país para onde é destinada 85% da produção. Os maiores compradores estão nos EUA, Canadá e na União Européia.

O plantio de caju no país não é dos mais complicados. Hoje, há a opção do cajueiro anão precoce, que passa a produzir um ano após o plantio. Ele também tem apenas quatro metros, o que garante frutos de melhor qualidade e de colheita mais fácil. O tradicional, gigante, já mede 12 metros e só dá para colher derrubando os frutos ou depois que caem no chão.


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