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Estado de Minas

Juros de calçados e roupas disparam


05/11/2008 06:54 - atualizado 08/01/2010 04:06

A copeira Ãngela Maria Azevedo observa calçados em loja de BH: de olho nas taxas dos produtos
A copeira Ãngela Maria Azevedo observa calçados em loja de BH: de olho nas taxas dos produtos (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Quem está pensando em rechear o pé da árvore de Natal com calçados e roupas deve ficar atento às taxas de juros, que subiram 36,07% em outubro em relação a setembro, apresentando média de 4,98% ao mês. O levantamento foi realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), que também divulgou alta de 0,35% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte, que reflete a inflação da cidade.

A variação do setor de calçados e vestuário só não foi maior do que a apresentada pelos imóveis construídos, que subiu 67,26% comparativamente a setembro. Os semiduráveis, que seriam uma alternativa à compra dos eletroeletrônicos, que apresentavam elevação das taxas, estão com juros maiores do que seus concorrentes. No mês, a taxa dos eletroeletrônicos caiu 9,65%, com média de 4,59% mensal. Fernando Sasso, economista da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL BH), avalia o alto percentual atingido pelas lojas de sapatos e roupas como resultado da grande demanda por itens do setor, associado à manutenção da tendência de aumento da procura por esses produtos no Natal. “É nesse mercado que as pessoas estão encontrando espaço para manter o consumo, já que não apresenta tantos riscos, o que explica a grande demanda. Esse comportamento abre espaço para a elevação dos juros.”

O economista alerta para a possível manutenção do aumento das taxas, já que, além da crise, a procura ainda será aquecida. “Temos que nos preparar para o final do ano, porque os juros tendem a subir ainda mais nesta época. Preciso comprar roupas e sapatos para o Natal, mas é bom ficar sempre de olho nas taxas”, aconselha a copeira Ângela Maria Azevedo.

Hotel e cabelereiro

No IPCA, o vestuário subiu 1,13% em relação a setembro e acumula uma variação de 0,65% nos últimos 12 meses. O setor representou 0,05% da variação do IPCA no mês, que foi de 0,35%. Os produtos não alimentares que mais contribuíram para a elevação do índice foram hotel, com aumento de preço de 5,94%, cabeleireiro, alta de 3,22% e, em terceiro lugar, as viagens de avião, cujos preços se elevaram em 3,11%. O aluguel ficou na sexta colocação, com reajuste de 0,79%. Quanto aos produtos alimentícios, coube ao arroz, feijão e contrafilé o papel de impulsionar a elevação do índice. O movimento contrário foi liderado pelos hortifrutigranjeiros, com destaques para cenoura, cebola e banana, que puxaram a inflação para baixo. O preço da cenoura caiu 40,38%, da cebola, 25,18% e da banana, 11,63%. No setor não alimentar, foram os automóveis novos, excursões e móveis que auxiliaram a redução.

O custo da cesta básica ficou em R$ 218,32 no período, valor 17,31% superior ao mesmo período do ano passado, quando valia R$ 186,10. “A alimentação comandou o aumento da inflação no início do ano e está com variações superiores ao IPCA”, avalia Wanderley Ramalho, diretor adjunto da Fundação Ipead. No acumulado do ano, a cesta básica apresenta variação de 7,64% enquanto a inflação acumula 3,74%.

Essa é a segunda elevação consecutiva da inflação desde maio, quando o índice vinha apresentando quedas expressivas. Apesar disso, não há temor quanto ao índice. “Dificilmente a inflação será um problema para os brasileiros em 2008 e 2009”, afirma Wanderley Ramalho, diretor-adjunto da Fundação Ipead.


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