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Estado de Minas

Golden retriever conquista o Brasil

A popularidade do dócil e peludo cão cor de caramelo varreu o mundo. Há oito anos chegou ao Brasil, onde canis especializados na raça vendem filhote por até R$ 6 mil


postado em 02/11/2008 09:02 / atualizado em 08/01/2010 04:06

Ana Carolina Mendes/Divulgação
-->Há um mês a professora Rosângela Risoli Augusto, que nunca teve um bicho na vida, conta as horas para voltar para casa toda vez que sai de seu pequeno apartamento, no Bairro Anchieta. O motivo: uma filhote de golden retriever, de três meses, que atende pelo nome Lola. Desde que foi comprada, por R$ 1,5 mil, a pequena bola de pelúcia transformou-se na alegria da família. “É a coisa mais gostosa do mundo. É como se tivéssemos uma criança em casa. Quando vamos para a rua, ficamos loucos para voltar”, reconhece Rosângela. Sua instantânea paixão por Lola é uma mostra de como a raça de cachorros mais queridinha do mundo também já virou coqueluche no Brasil. Considerado um cão dócil e amoroso, o golden retriever, quarto em inteligência no ranking das 79 raças mais comercializadas, é um sucesso aonde quer que vá.

Os filhotes, com certificado de compra e venda e pedigree, são encontrados nos melhores canis de Belo Horizonte e Região Metropolitana por preços que variam entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. Mas, segundo levantamento de revistas especializadas, em outras capitais do Brasil custam até R$ 6 mil. Dino Miraglia Filho, presidente do Kennel Clube BH, explica que a popularidade do golden no país cresceu nos últimos oito anos. Mas, antes disso, essa já era a raça mais popular do mundo há 40 anos. Motivo é o que não falta. “Esses animais convivem muito bem em casa, são superdelicados, relacionam-se com crianças e idosos e até trabalham na assistência de doentes terminais”, diz. Além disso, segundo ele, as ninhadas nascem facilmente e, em geral, esses cães demandam poucos gastos com veterinário.

Emmanuel Pinheiro/EM/D.A press
Procura cresceu 60% em quatro anos, segundo Roberto Travizani, que chega a vender 70 filhotes por ano no seu canil em Lagoa Santa
A simpatia do golden retriever combinada com suas grandes e belas ninhadas detonaram um caso clássico de popularidade, o que chega a incomodar os especialistas no assunto. “A demanda é alta e o interesse pelos cães, também. Tanta popularidade é até ruim”, observa Dino Filho. Roberto Márcio Fernandes Travizani, dono do canil Sunrise Story, criador de goldens há nove anos, afirma que a raça está entre as seis mais registradas no Brasil. “A procura por filhotes cresceu 60% nos últimos quatro anos. São cachorros bons, desejados, tranqüilos e indicados para diversas situações. São capazes de ajudar no tratamento de crianças com deficiência cerebral e motora e participam de terapia assistida com animais até no Corpo de Bombeiros”, afirma.

De acordo com ele, o preço do filhote depende de sua qualidade dentro da ninhada. “Chegamos a vender 70 em um ano”, diz. Para isso, Travizani tem um canil com 900 metros quadrados de área, onde cuida de 19 animais, dois machos para cobertura, 10 matrizes (fêmeas) e outros cinco promissores (cães jovens destinados à renovação do plantel). Os filhotes são vendidos entre 65 dias de vida – com a segunda dose de vacina tomada – e quatro meses.

Ana Carolina Mendes também é criadora. Dona de um canil na região da Pampulha, afirma que o golden retriever é a bola da vez entre as raças caninas há pelo menos dois anos. Desde que começou a comercializar seus filhotes, segundo ela, a demanda se mantém estável. “Quando decidem comprar, as pessoas já trazem informações. Não compram por impulso”, garante. O público, segundo ela, são jovens casais, pessoas solteiras ou famílias com criança em casa.

A popularidade e a facilidade de procriação, contudo, está levando a uma mistura que pode afetar as características originais da raça, alerta Roberto Travizani. Segundo ele, é possível encontrar filhotes entre R$ 600 e R$ 700, porém, sem qualquer garantia genética. “O cruzamento indiscriminado estraga a raça e acentua seus defeitos e más qualidades”, diz. Segundo ele, a comercialização excessiva parte de cruzamentos indesejáveis, o que deságua em problemas genéticos e de temperamento. Por isso, aconselha os interessados a procurarem canis profissionais, que garantem a procedência dos animais.


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