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Estado de Minas

Embrapa prepara lançamento de "superfeijão"


postado em 22/10/2008 07:41 / atualizado em 08/01/2010 04:09

A partir do ano que vem os produtores de feijão já poderão ter a chance de plantar as primeiras sementes do grão transgênico, resistente ao vírus mosaico dourado, considerado uma das principais pragas das lavouras. O feijão, que contará com produtividade, no mínimo, 20% maior, sem contar com a drástica redução nos gastos com herbicidas para o controle da mosca branca, responsável pela disseminação da doença nas plantas, deve ser lançado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) até o fim de 2009. Será a primeira semente transgênica totalmente desenvolvida no país, por empresa pública de pesquisa. Os estudos de campo estão em curso, com lavouras de teste em produção em Sete Lagoas, região Central de Minas Gerais, Santo Antônio de Goiás (GO) e Londrina (PR).

A expectativa, segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Francisco Aragão, é de que o pedido para lançamento comercial da variedade à Comissão Técnica Nacional de Biosegurança (CTNBio) seja feito em menos de um ano. “Geramos duas plantas que já estão no caminho para ter o pedido de liberação comercial entregue”, afirma.

A pesquisa teve início em 1990 e os ensaios com as plantas começaram em 2005. Até então, os testes de campo são feitos com a variedade Olathe, mas a lançada comercialmente será a carioca. O pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Josias Corrêa de Faria, garante que o feijão transgênico é totalmente resistente ao mosaico dourado. “Mas no restante não tem nenhuma diferença da planta convencional”, diz. Ele explica que a melhoria de produtividade vai contribuir para aumento da colheita no país, que hoje é de cerca de 2 milhões de toneladas e, assim, pode representar redução de preços.

Para o proprietário da fazenda Agromiill, de Paracatu, no Triângulo Mineiro, Renato Müller, a semente transgênica resistente ao mosaico dourado vai ser “bem-vinda”. Ele planta 500 hectares de feijão por safra e acredita que a semente vai representar redução de 70% no seu uso de pesticidas. “Quero ser o primeiro a comprar”, afirma o produtor.

A diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, Alda Lerayer, lembra que a cultura é muito voltada para agricultura familiar. Segundo ela, pequenos produtores deixaram de plantar feijão por causa do mosaico dourado e agora poderão retomar a aposta no grão. “E o gene introduzido na planta, que dá resistência ao vírus, é um material genético de organismo que já é seguro na nossa alimentação. E todos os testes são feitos para provar que não fazem mal à saúde humana e ao meio ambiente”, reforça.


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